A reforma da Previdência será importante para conter a inflação e ajudar na queda dos juros, disse hoje (18) o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, durante evento em São Paulo. Segundo Goldfajn, as reformas estruturais em tramitação no Congresso são fundamentais para o bom desempenho da economia brasileira.
“No Brasil, várias reformas e ajustes aumentaram a confiança e reduziram a percepção de risco. A continuidade nessa direção, em especial com a aprovação da reforma da Previdência, será importante para a sustentabilidade da desinflação e da queda da taxa de juros estrutural da economia”, disse Goldfajn, que participou de um seminário promovido pelo banco Itaú (SA:ITUB4).
De acordo com Goldfajn, a aprovação das reformas econômicas aumentará a flexibilidade para o Banco Central reduzir ainda mais os juros, barateando o crédito e facilitando a retomada do crescimento. “A flexibilização da política monetária no Brasil deve contribuir para a retomada do crescimento, complementada por outros esforços do governo. Quanto mais perseverarmos nas reformas e ajustes, mais rápida será a recuperação econômica, com geração de emprego e renda para os brasileiros”, afirmou.
Ele disse que o Banco Central está sendo bem-sucedido ao conter a inflação, que vem caindo desde o fim do ano passado, e reiterou a projeção de que a inflação oficial (medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-IPCA) feche o ano abaixo de 4,5%, o centro da meta. Goldfajn citou o boletim Focus, pesquisa semanal feita pelo BC com instituições financeiras, que aponta IPCA de 4,1% para 2017 e de 4,4% para 2018.
Taxa Selic
De acordo com o presidente do Banco Central, a inflação chegará ao ponto mais baixo no terceiro trimestre, subindo levemente perto do fim do ano. A alta, no entanto, não comprometerá as projeções do Comitê de Política Monetária (Copom), que também aponta inflação oficial de 4,1% para este ano.
Segundo Goldfajn, o cenário atual permitirá que a taxa Selic (juros básicos da economia) caia para 8,5% ao ano em 2017. Atualmente, a taxa está em 11,25% ao ano. “Essa ida e volta da inflação mexe muito com indicadores mensais, mas não mexe para o ano, nem para a política monetária”, disse. “Em 2017, a taxa acumulada em 12 meses deve permanecer abaixo da meta.”