📈 Pronto para levar os investimentos a sério em 2025? Dê o primeiro passo com 50% de desconto no InvestingPro.Garanta a oferta

Relator de repatriação diz que texto não abre brecha para criminosos, vê chance de votação na 3ª

Publicado 14.10.2016, 19:05
© Reuters.  Relator de repatriação diz que texto não abre brecha para criminosos, vê chance de votação na 3ª

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O relator do projeto que altera as regras de regularização de recursos não declarados no exterior, deputado Alexandre Baldy (PTN-GO), disse nesta sexta-feira que as mudanças não abrem brecha para a regularização de recursos ilícitos, e defendeu a aprovação do texto para beneficiar Estados e municípios com mais recursos em meio à grave situação de caixa que enfrentam.

Em entrevista à Reuters por telefone, Baldy afirmou que o texto será votado em plenário da Câmara na terça-feira se houver consenso entre os líderes, e que os governadores deverão mobilizar suas bancadas para tanto.

"O sentimento é que possa ser votado porque é benéfico ao país. Nós estaríamos perdendo muita arrecadação. Os Estados e municípios estariam perdendo grande probabilidade de recursos", disse.

Ele estima que, com as mudanças, o potencial de arrecadação pule para cerca de 80 bilhões de reais, ante 30 bilhões de reais no formato atual.

Após a força-tarefa da Lava Jato ter criticado o relatório por supostamente abrir a porta para a anistia de criminosos, regularizando recursos provenientes de corrupção e tráfico, Baldy negou ter feito qualquer flexibilização nesse sentido.

"Todas as possíveis polêmicas que foram mencionadas foram por falta daqueles interessados lerem o texto que escrevi, porque ali eu não tratei de exclusão de artigo 11º, que trata de (impedimento para participação de) político e detentor de cargo público, eu não tratei de condenados, que enquanto não houvesse o trânsito em julgado pudessem aderir", afirmou.

A primeira versão do relatório continha a revogação do artigo 11º. Questionado a respeito, Baldy afirmou que ela continha "muitos erros" e que as mudanças na redação foram bruscas após a matéria ser pautada para o plenário.

Segundo o deputado, as alterações fundamentais que seguem no relatório referem-se à fixação da foto --ou saldo em 31 de dezembro de 2014-- como base para incidência de imposto e multa, no lugar do filme --ou fluxo movimentado até o fim de 2014--, como é hoje determinado por lei.

Ele afirmou que este é um ponto central que garantirá segurança jurídica para incentivar que mais contribuintes façam a adesão ao programa.

"Do jeito que está a lei, ela é extremamente confusa. Você pode aplicar o filme e haver interpretação da Receita de que você não declarou corretamente. Porque qualquer oscilação que tenha havido na sua conta que você não tenha feito a declaração minuciosa, detalhada, você pode ser excluído do programa e perder sua anistia penal", disse.

"No final você pagou o imposto, pagou a multa, colocou o seu nome a conhecimento dos órgãos de controle e correrá o risco de ser denunciado por crime, seja de evasão, seja de sonegação ou de lavagem de dinheiro", completou.

Outra mudança importante no relatório, segundo Baldy, foi a descrição exaustiva de que, ao aderir ao programa e pagar os valores devidos, o contribuinte não será de forma alguma penalizado.

"O provável contribuinte não está preocupado com o imposto ou com a multa, com a foto ou filme, ele não quer realmente correr o risco de sofrer uma consequência criminal", avaliou.

MAIS DINHEIRO PARA ESTADOS

Em outra frente de mudança, o relatório propõe que Estados e municípios fiquem com cerca de metade do for arrecadado com multas depois que estas excederem 25 bilhões de reais. Pela lei atual, apenas o imposto de 15 por cento sobre os valores regularizados é compartilhado com os entes, sendo a multa de igual valor inteiramente direcionada para a União.

Mais cedo nesta sexta, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu "grande possibilidade" de que o projeto seja votado na Câmara dos Deputados na semana que vem. Ele afirmou que qualquer aperfeiçoamento será bem vindo, mas reforçou estar satisfeito com as regras vigentes. [nL1N1CK16N]

"A lei atual é adequada, já existe um número bastante substancial de contribuintes que já estão fazendo suas declarações, o que garante o cumprimento da finalidade da lei", disse Meirelles.

De acordo com o ministro, já foram arrecadados mais de 8 bilhões de reais com base nas declarações apresentadas até o momento no âmbito do programa.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.