BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira que o Legislativo vai colaborar com qualquer saída para o Brasil apesar de apontar que o aumento de eficiência da máquina é preferível à elevação da tributação.
A declaração foi dada um dia após o governo ter anunciado uma série de medidas, incluindo a recriação da CPMF, para atingir a meta de superávit primário do ano que vem de 0,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), sendo a maior parte delas dependente de aprovação no Congresso, onde o governo conta com esfacelada base de apoio.
"Nós vamos cobrar sempre, melhorar as propostas que aqui chegam, cobrar resultados, cobrar metas, cobrar eficiência do setor público. Muitas vezes é melhor você cortar gasto, garantir a eficiência, do que aumentar imposto", avaliou.
"Mas o Legislativo não vai fechar nenhuma porta do Brasil, não vai dificultar a vida do Brasil, nós queremos que o país retome rapidamente o crescimento", disse Renan em conversa com jornalistas.
Questionado sobre a possibilidade de aumento da alíquota sugerida pelo governo da CPMF, de 0,20 por cento, para que a receita extra seja compartilhada com Estados e municípios, Renan afirmou que isso não foi pedido por governadores em reunião realizada mais cedo.
"(Eles) trataram apenas da questão do fundo de exportação. E essa questão de nova receita, de elevação da carga, isso evidentemente que vai depender do convencimento de cada congressista", disse.
Renan também se esquivou de responder se era pessoalmente favorável ao aumento da alíquota.
"Não quero aprofundar discussão de mérito das propostas mandadas pelo governo, até porque não vou predizer o que o Congresso vai fazer ou não", disse.
(Por Marcela Ayres)