RIO DE JANEIRO (Reuters) - A reunião do Conselho do Programa de Parceria de Investimentos marcada para o fim do mês pode ser adiada para não coincidir com a data do julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, disse neste sábado o secretário do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco.
O encontro servirá para definir as privatizações e concessões que serão feitas pelo governo do presidente interino Michel Temer. Segundo o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, o julgamento no plenário do Senado foi marcado para o dia 25 de agosto.
Moreira Franco disse que a reunião do Conselho do PPI estava inicialmente marcado também para o dia 25, mesma data em que foi agendada a sessão do Senado que definirá o futuro de Dilma, e avaliou que não seria adequado manter o cronograma definido inicialmente.
“Estava prevista para o dia 25, mas estou dizendo que vai ser no fim desse mês ou no começo do outro, mas de fato se o processo (de julgamento) começar no dia 25, talvez não seja adequado a reunião se realizar no dia 25”, disse ele a jornalistas.
Na sexta, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, revelou que a lista de concessões e privatizações do governo federal englobará as áreas de óleo, gás, portos, rodovias, ferrovias, além de aeroportos. Moreira confirmou nesse sábado os setores e disse que a agenda “será robusta“ e “diversificada".
Moreira Franco fez a avaliação de que a conclusão do processo de impeachment deve contribuir para destravar os investimentos e, consequentemente, ajudar na recuperação da economia do país. Há ampla expectativa de que o Senado condene Dilma e casse seu mandato, efetivando assim Temer na Presidência.
“Resolvido isso, não tenho dúvida que investidores nacionais e estrangeiros vão se sentir mais confortáveis e seguros para investir”, disse.
“Esse ambiente de tensão política se reflete na disposição de investimento”, concluiu.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier; Edição de Eduardo Simões)