A concentração para uma manifestação no final da tarde de hoje (17) na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, reuniu cerca de 200 pessoas, segundo a Polícia Militar. Os manifestantes pedem, entre outras coisas, o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do cargo de ministro-chefe da Casa Civil.
Por volta das 18h30, os manifestantes começaram uma caminhada, mas se dividiram em dois grupos. Enquanto um seguiu para a Candelária, também no centro, outro partiu, também a pé, para Copacabana, na zona sul do Rio, passando pelos bairros da Glória, do Catete, do Flamengo e de Botafogo.
Manifestantes fizeram concentração na CinelândiaFernando Frazão/Agência Brasil
O empresário Rodrigo Vitor da Fonseca, 26 anos, que tem participado de diversas manifestações, disse que estava ali para protestar contra a corrupção. “Nós queremos o fim da corrupção, seja de qual partido for. Pode ser do PSDB, PT ou PMDB. Queremos todos fora sem exceção”, disse.
Rodrigo disse que mora em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mas apesar da distância (aproximadamente 30 quilômetros) do centro, promete comparecer a outros atos até atingir o seu objetivo. Rodrigo disse que chegou à Cinelândia, às 8h, encontrou-se com mais cinco pessoas e durante o dia o grupo foi aumentando.
“Nós não estamos aqui como parte de qualquer movimento. Estou aqui como cidadão brasileiro. Não defendo partido político nenhum. Defendo a cassação de todos os bandidos”, disse. Na avaliação de Rodrigo a manifestação não era um protesto de rico. “Trabalho desde os 13 anos, lutei para caramba, fui ajudante, varri o chão da empresa e hoje sou empresário do ramo da construção civil”.
Copacabana
A estilista Adriana Baltazar, 46 anos, é líder do Movimento Vem pra Rua e comandou o grupo que foi para Copacabana levando uma bandeira verde e amarela com a palavra impeachment em preto. “Não dá mais. Não tem mais governo, né? Eu não vou aguentar isso. A gente é um movimento de mobilização e chegou ao limite”.
O professor de educação física, José Roberto Melchior, 51 anos, do movimento Foro do Brasil, estava com o rosto pintado com tinta verde, como se fosse uma camuflagem. Ele disse que o grupo reúne professores, advogados, estudantes, donas de casa, aposentados e ex-militares que defendem a intervenção militar. “A gente quer a faxina geral, nós queremos a faxina. Esse povo que está aqui está cansado de trocar seis por meia dúzia. Queremos ter um país na mão com um projeto que vai levar o Brasil para frente”, disse.
Após trabalho
Protesto começou por volta das 18h30Fernando Frazão/Agência Brasil
O engenheiro Gustavo Valentim, 24 anos, juntou-se à manifestação ao sair do trabalho e não faz parte de nenhum grupo de manifestantes. “Acho que é mais do que necessário um movimento de todas as classes em prol da melhoria do país, independente do partido que você apoie, de que classe você seja, acho que é importante se unir em torno de um movimento bom para o país”, disse Valentim, que ficou sabendo da manifestação pelas redes sociais.
O promotor Matheus Lisboa, membro do Ministério Público do Estado do Rio, foi para a manifestação para demonstrar apoio ao juiz Sérgio Moro. “O Ministério Público Federal é do Brasil. Ele não tem que responder para governo, então, estamos aqui para lutar diante disso, em apoio ao nosso colega Sérgio Moro, que ao contrário do que a presidente do Brasil disse, não está aviltando a Constituição Federal e nem está passando por cima da Constituição”.