Porto Príncipe, 19 dez (EFE).- Um morto e vários prédios públicos queimados é o saldo dos protestos registradas neste sábado no Haiti, após serem divulgados os resultados definitivos das eleições legislativas de outubro passado e faltando uma semana para o segundo turno presidencial, informou a Polícia local.
Embora as manifestações na capital e em outros pontos do país terem sido pacíficas, partidários da oposição haitiana fizeram protestos violentos em cidades do norte e do sul do Haiti, contra os resultados do pleito no primeiro turno, no qual consideram que houve fraude.
O responsável da Polícia de Terrier Rouge, Noel Guiteau, confirmou à Agência Efe que um jovem de 18 anos morreu ao ser ferido à bala em um confronto entres facções de governistas e opositores nas ruas da citada cidade, no nordeste do país, onde um escritório eleitoral foi incendiado.
Na cidade de Ferrier um escritório eleitoral foi incendiado, assim como a sede do gabinete do prefeito, enquanto em outros pontos do noroeste foram reportados distúrbios que foram sufocados pela Polícia.
O presidente haitiano, Michel Martelly, ordenou na quinta-feira a criação de uma Comissão de Avaliação eleitoral composta por cinco pessoas que deverá fazer as recomendações necessárias, em um prazo de 72 horas, para avaliar o atual processo eleitoral e ajudar para que se chegue a um final tranquilo.
No entanto, para o "Grupo de Oito" candidatos presidenciais de outubro passado, esta medida é somente uma "solução estética".
A oposição considera fraudulentos os resultados das eleições legislativas e presidenciais de outubro passado, que confirmaram que Jovenel Moise e Jude Celestin disputarão o segundo turno no dia 27 de dezembro para definir quem será o próximo líder do Haiti.
Organizações civis e a oposição avaliaram como "fraudulento" esse pleito, pois consideram que houve falta de transparência e não foram respeitadas as normas democráticas.
Desde então, o partido do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, entre outros grupos e organizações, convocaram manifestações para que se "respeite o voto popular".