Por Phil Stewart
PANMUNJOM, Coreia do Sul (Reuters) - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, enfatizou os esforços diplomáticos, em vez dos militares, para resolver a crise com a Coreia do Norte, durante uma visita à fronteira tensa e altamente fortificada entre as duas Coreias nesta sexta-feira, dizendo: "Nosso objetivo não é a guerra".
Os comentários antecederam a primeira viagem do presidente dos EUA, Donald Trump --que ameaçou destruir a Coreia do Norte, se necessário-– pela Ásia na semana que vem, que incluirá uma parada na Coreia do Sul para se reunir com o presidente Moon Jae-in.
Moon, depois de conversar com Mattis, disse que a "mobilização agressiva" de ativos estratégicos dos EUA na Península Coreana tem sido eficaz para dissuadir a ameaça do vizinho do norte.
Já Pyongyang disse que libertará nesta sexta-feira um barco pesqueiro sul-coreano que estava em águas norte-coreanas ilegalmente, informou a mídia estatal, enquanto Mattis visitava a divisa.
As tensões entre a Coreia do Norte e os EUA vêm aumentando devido a uma série de testes de armas do regime e uma troca de farpas verbais entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, despertando temores de que qualquer erro de cálculo possa levar a um confronto armado.
"As provocações norte-coreanas continuam a ameaçar a segurança regional e global, apesar da condenação unânime do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU)", disse Mattis em comentários preparados ao visitar a zona desmilitarizada.
"Como o secretário de Estado (Rex) Tillerson deixou claro, nosso objetivo não é a guerra, mas a desnuclearização completa, verificável e irreversível da Península Coreana".
Ao lade de Mattis, o ministro da Defesa sul-coreano, Song Young-moo, disse: "Juntos continuaremos a defender a paz por meio de uma vontade forte e um poder forte".
A devolução proposta do pesqueiro sul-coreano e sua tripulação evitaria um possível agravamento das relações já tensionadas entre Pyongyang e a Coreia do Sul, aliada dos EUA.
O barco foi apreendido em 21 de outubro e uma investigação norte-coreana revelou que a embarcação e seus tripulantes entraram em águas norte-coreanas para pescar, relatou a agência estatal de notícias KCNA.
A Coreia do Norte decidiu liberar o barco depois de "levar em conta o fato de que todos os tripulantes admitiram seu delito, desculpando-se repetidamente e pedindo leniência", disse a reportagem em inglês.