BRASÍLIA (Reuters) - A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de seu mandato parlamentar e da presidência da Câmara ficará para fevereiro, informou o tribunal nesta quinta-feira.
O STF alegou falta de tempo hábil para analisar o pedido antes do início do recesso de fim de ano, que se inicia na próxima semana. O tribunal deve dedicar esta quinta e talvez a sexta-feira para analisar ação que questiona a tramitação do impeachment, apresentada após ser deflagrado processo de abertura de impedimento contra a presidente Dilma Rousseff na Câmara.
O pedido de afastamento de Cunha apresentado ao Supremo na quarta-feira afirma que o deputado usa o mandato para interesse próprio e fins ilícitos, e defende que o afastamento é necessário para a garantia da ordem pública e regularidades dos procedimento criminais a que Cunha responde no STF.
De acordo com a PGR, documentos apreendidos em operação da Polícia Federal na terça-feira, quando cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Cunha, inclusive na residência oficial da presidência da Câmara, "reforçam as provas já apresentadas" pelo órgão.
Cunha foi denunciado por Janot no STF acusado de receber 5 milhões de dólares em propina do esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4) e de um inquérito que investiga a existência de contas bancárias no nome dele e de familiares na Suíça.
O deputado disse na quarta-feira que o pedido de afastamento é uma "retaliação" à sua decisão de acolhimento de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
(Por Maria Carolina Marcello)