RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Michel Temer acusou o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, de dizer falsidades em sua propaganda eleitoral, e lembrou que o PSDB e partidos que fazem parte da aliança do tucano para as eleições de outubro apoiaram seu governo e ocuparam importantes ministérios.
Em dois vídeos publicados nas redes sociais nesta quinta-feira de manhã e na noite de quarta-feira, Temer fez suas primeiras críticas públicas a Alckmin durante a campanha, rebatendo os ataques feitos pelo tucano a seu governo.
"Geraldo Alckmin candidato a presidente da República, me dirijo a você pelas falsidades que você tem colocado no seu programa eleitoral, e eu não posso silenciar em homenagem ao povo brasileiro", disse Temer em um dos vídeos.
"O PSDB, Geraldo, apoiou o meu governo. Não faça como aqueles que falseiam, que mentem, para conseguir votos influenciados pelos marqueteiros. Seja realista, conte exatamente a verdade", acrescentou o presidente em outra publicação.
Temer rebateu críticas feitas por Alckmin ao seu governo em áreas como saúde, educação e geração de empregos, citando que essas áreas tiveram ministros de partidos que fazem parte da aliança de Alckmin para o pleito de outubro, como DEM, PP, PRB e PTB.
Segundo Temer, Alckmin "critica indevidamente" seu governo, uma vez que caso chegue à Presidência terá muitos dos mesmos partidos em sua base de apoio. "Se você vier a ganhar a eleição, essa base será a sua base governamental", afirma.
O próprio PSDB de Alckmin ainda ocupa um ministério no governo Temer, o das Relações Exteriores, com Aloysio Nunes, e Temer lembrou que o partido também esteve à frente da pasta das Cidades, com Bruno Araújo, e foi responsável pela articulação política do governo com Antônio Imbassahy.
"Levei o PSDB para dentro do Palácio do Planalto por meio do nosso prezadíssimo Imbassahy", disse.
Em resposta às declarações do presidente, Alckmin afirmou em sabatina promovida pelo jornal O Estado de S.Paulo que "o problema do governo Temer não são os ministros, mas o presidente, que não tem nem a liderança nem a legitimidade necessárias", de acordo com publicação no Twitter (NYSE:TWTR) oficial do candidato tucano.
Temer lembrou ainda em seus vídeos que apoiou Alckmin em campanhas passadas ao governo do Estado de São Paulo, o qual o tucano governou por quatro mandatos, e até mesmo à Presidência da República, e disse que o ex-governador "era diferente".
"Eu me lembro, Geraldo, quando você candidato a governador, candidato a presidente, nas vezes que eu te apoiei precisamente para esses cargos, acho que você era diferente. Não atenda o que dizem os seus marqueteiros, atenda apenas à verdade, e a verdade significa que nós fizemos muito por essas áreas conduzidas por aqueles que hoje apoiam a sua candidatura".
O MDB, partido de Temer, tem o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como candidato à Presidência.
(Por Pedro Fonseca)