Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer cancelou sua viagem à Cartagena, onde participaria da assinatura do acordo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), para se dedicar mais à agenda interna do país, disseram à Reuters fontes do Palácio do Planalto.
Esta seria a terceira viagem internacional de Temer em menos de um mês de governo efetivo. Logo depois de ser confirmado no cargo com o impeachment de Dilma Rousseff, Temer embarcou para a Índia, onde participou da Cúpula do G20, e ficou uma semana fora do Brasil. Esta semana, viajou a Nova York, para a Assembleia-Geral da ONU, e voltou apenas na madrugada desta quinta-feira.
“A avaliação é que ele precisa se dedicar nesse momento à agenda interna. O presidente já teve uma reunião bilateral com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em Nova York, e citou o acordo de paz em seu discurso na Assembleia-Geral”, disse uma das fontes.
Temer será representado na cerimônia –da qual devem participar os principais chefes de Estado da América Latina– pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra.
Entre as prioridades de Temer está fechar a reforma da Previdência. A intenção do Palácio do Planalto era enviar o texto antes do primeiro turno das eleições, mas o tempo ficou curto.
De acordo com uma fonte palaciana, Temer ainda não bateu martelo sobre o texto e tem pontos a ajustar. Nos próximos dias, o presidente pretende apresentar o texto em reuniões com empresários, sindicalistas e líderes partidários no Congresso, antes de apresentar uma versão final.
O presidente tem ainda outras duas viagens internacionais marcadas para o próximo mês. Já em 3 de outubro fará sua primeira visita de trabalho à Argentina e ao Paraguai, ambas no mesmo dia. Na semana seguinte, embarca para Goa, na Índia, para participar nos dias 15 e 16 da Cúpula dos Brics –grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.