Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer convocou uma reunião ministerial para a tarde desta segunda-feira para acertar a agenda do governo e as votações prioritárias no Congresso durante a semana que estará fora do país, em visita oficial à China.
Além dos ministros, participarão da reunião os presidentes dos bancos estatais e os líderes do governo no Congresso.
Entre as preocupações do governo está a votação das novas metas de déficit primário para 2017 e 2018 --esta última precisa ser aprovada até o dia 31 deste mês, quinta-feira-- e o pacote de medidas sobre o funcionalismo apresentadas para tentar diminuir o déficit.
Também está na pauta do encontro a votação pela Câmara dos destaques da nova taxa de juros usada pelo BNDES, a TLP, que ainda precisa ser apreciada pelo Senado até 6 de setembro para não perder a validade. Outra questão é a negociação para uma nova versão do Refis, uma vez que a medida provisória em vigor cai na próxima quinta-feira.
Diante de tantas votações importantes no Congresso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, desistiu da viagem à China para continuar à frente das negociações sobre a pauta econômica.
De acordo com uma fonte, Temer deve aproveitar a reunião ministerial para também fazer um balanço das últimas medidas do governo, incluindo temas como as privatizações, e pedir aos ministros que apresentem metas para 2018.
O governo está tentando mudar o discurso depois de mais de dois meses praticamente parado por causa da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer, que acabou impedida de prosseguir pelo Congresso.
A intenção agora é mostrar serviço. Temer pedirá aos ministros programas e obras que possam ser colocados como metas para serem terminados até o final de 2018, quando encerra seu governo.
Temer deve ainda tratar da reforma da Previdência. Como mostrou a Reuters na sexta-feira, o governo mais uma vez deixou de lado a negociação para se concentrar na aprovação das medidas econômicas, consideradas mais urgentes. O mercado reagiu mal à ideia e o governo quer mostrar que a reforma não está abandonada.
O presidente embarca na terça-feira para a China, onde fará uma visita de Estado em Pequim e depois participa da Cúpula dos Brics, em Xiamen. Sua volta está marcada apenas para o dia 6 de setembro.
(Edição de Pedro Fonseca)