BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer voltou a defender a reforma da Previdência nesta quinta-feira, destacando que ela vai garantir os direitos "de quem mais precisa”.
“O Brasil voltou e agora é hora de olhar para frente e dar mais eficiência ao dinheiro que você paga impostos. Por isso a gente precisa fazer, por exemplo, a reforma da Previdência. Queremos uma reforma que garanta direitos de quem mais precisa”, disse Temer em uma entrevista à Voz do Brasil, programa do sistema estatal de comunicação.
Segundo o presidente, a reforma vai garantir os direitos de quem ganha até dois salários mínimos e “combate privilégios de quem ganha mais de 20, 30 mil".
“Quem ganha até dois salários mínimos não vai ter prejuízo nenhum, por isso que precisamos e estamos buscando o empenho de todos, Congresso Nacional, sociedade, para fazer a reforma justa que promova o desenvolvimento do Brasil nos próximos anos”, disse.
Mais cedo, Temer disse estar "animadíssimo" com as articulações que estão sendo feitas desde a o início da semana em torno da aprovação da reforma.
"Eu estou animado porque hoje eu tenho o apoio do presidente (da Câmara) Rodrigo Maia, do presidente (do Senado) Eunício Oliveira, fizemos várias reuniões nesses dois, três dias", disse Temer a jornalistas, logo após evento no Palácio do Planalto.
O presidente sinalizou que há espaço para a reforma ser aprovada, desde que se explique "direitinho" o objetivo da "verdadeira" reforma da Previdência e sua importância.
"O objetivo dela é combater privilégios e preservar os mais vulneráveis, não há nenhuma modificação em relação aos mais pobres, o que há sim é uma quebra de privilégios que hoje não podem mais continuar", disse.
Para Temer, a importância da reforma ficou constatada quando no início da semana ocorreu a "simples hipótese" de que seria difícil aprová-la, o que levou a Bolsa de Valores cair e o dólar subir.
Segundo o presidente, isso foi uma "lição", lembrando que, depois, quando se afirmou que a reforma seria retomada, a Bolsa voltou a subir e o dólar caiu.
REFORMA MINISTERIAL
O presidente afirmou que saberá "o momento certo" de fazer uma reforma ministerial. Partidos da base aliada, principalmente do centrão, têm cobrado que Temer retire dos cargos ministros do PSDB, partido que não deu apoio maciço a ele na votação das denúncias, mas ocupa pastas importantes, como Cidades e Secretaria de Governo.
"Toda vez que você governa, essas reformas (ministeriais) estão em cogitação", disse. Questionado, ele negou que vá fazer uma reforma antes do que pretendia inicialmente.
"Reconheço que há pleitos (sobre reforma ministerial) e sobremais como muitos ministros vão deixar seus cargos, é claro que a reforma será inevitável", afirmou.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito)