NOVA YORK (Reuters) - O presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira que recebeu telefonemas de três líderes partidários que lhe prometeram que suas bancadas fecharão questão favoravelmente à aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece um limite no crescimento dos gastos públicos.
Em discurso para empresários em Nova York, Temer também disse que o governo enviará "mais adiante" uma proposta de reforma da Previdência ao Congresso, e fez a previsão de que a mudança nas regras de exploração do petróleo na camada pré-sal passará pelo Legislativo "em brevíssimo tempo".
O presidente não detalhou quais líderes de partido lhe prometeram o fechamento de questão a favor da PEC que limita o crescimento dos gastos públicos à inflação do ano anterior. O projeto tramita atualmente na Câmara dos Deputados, e ministros de Temer têm afirmado que será aprovado tanto por deputados quanto por senadores ainda neste ano.
"Temos convicção de que vamos aprovar", disse o presidente aos empresários ao se referir à PEC do teto de gastos.
A proposta que limita o crescimento dos gastos públicos é a principal prioridade do Palácio do Planalto junto ao Congresso, seguida pela reforma da Previdência, cuja proposta o Executivo ainda não enviou ao Legislativo.
Temer disse aos empresários que o governo vai "divulgar o máximo possível" a necessidade de mudanças na Previdência, um tema com potencial de ser altamente impopular. Auxiliares diretos de Temer afirmam que o Planalto deve enviar uma proposta de alterações previdenciárias até o fim deste mês.
Já a proposta de mudança nas regras do pré-sal retira a obrigatoriedade da Petrobras (SA:PETR4) de ser a operadora única desses blocos e de ter pelo menos 30 por cento de participação. [nL1N19T1RI]
No discurso aos empresários no último dia da viagem a Nova York por ocasião da Assembleia-Geral da ONU, Temer também destacou que o Brasil vive um momento de estabilidade política "extraordinária", em que a confiança está voltando a crescer, e chamou os investidores a participarem de uma nova fase de desenvolvimento do país, ancorada na estabilidade política e na segurança jurídica, de acordo com o presidente.
(Reportagem de Rodrigo Castro e Dion Rabouin)