BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer entrou nesta segunda-feira com duas ações contra o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS (SA:JBSS3), uma na área criminal e a outra na cível, por conta da entrevista publicada no fim de semana em que Joesley, delator da Lava Jato, chama o presidente de "chefe de organização criminosa".
Em uma das ações, protocolada na Justiça Federal do Distrito Federal, Temer pede a condenação do empresário por injúria, calúnia e difamação e o caso foi distribuído à 12ª Vara Federal.
Os advogados do presidente argumentam nesta ação que o real objetivo de Joesley ao mentir e acusar Temer na entrevista era obter "o perdão dos inúmeros crimes que cometeu, por meio de um generoso acordo de delação premiada" que o manteve livre de qualquer acusação, vivendo fora do país com um "substancial patrimônio".
Na outra ação, esta na área cível, o presidente pede que o empresário lhe pague indenização por danos morais após a entrevista que deu à revista Época.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), onde o caso foi protocolado e distribuído à 10ª Vara Cível, Temer não pediu um valor específico de indenização, solicitando que o juiz do caso arbitre o valor a ser pago, o qual o presidente se compromete a doar para uma instituição de caridade.
O advogado que representa Temer neste caso, no entanto, lembra no pedido de indenização que Joesley tem "patrimônio bilionário".
No sábado, após a divulgação da entrevista, Temer articulou com aliados uma reação às acusações feitas por Joesley e a ação na Justiça era uma das providências anunciadas.
(Reportagem de Ricardo Brito, em Brasília, e Eduardo Simões, em São Paulo)