BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer pediu continuidade aos novos ministros, reunidos todos juntos pela primeira vez desde a reforma ministerial, mas destacou que ainda muito trabalho pode ser feito nos nove meses que restam ao seu governo.
Na primeira reunião após modificações nas pastas decorrentes das saídas de futuros candidatos nas eleições de outubro deste ano, Temer afirmou que o objetivo da reforma foi manter a mesma equação político-administrativa, ou, como se referiu posteriormente, “politico-congressual”.
“Que sejam bem-vindos ao trabalho”, disse Temer aos novos comandantes das pastas. “E que trabalho? É o trabalho da continuidade, ou seja, que nós possamos prosseguir com as mesmas teses, com os mesmos programas, e naturalmente com as mesmas vitórias que temos tido nestes quase dois anos de governo”, afirmou o presidente.
“Ressalto muito a palavra continuidade, porque às vezes um ministro pode chegar e entender que possa modificar seja a estrutura, seja os programas do ministério, e isto neste momento, devo alertar, não é razoável e nem admissível.”
Temer não descartou, no entanto, que possa haver novas propostas ou programas, em uma tentativa de deixar claro que seu governo não acabou e que “muito” ainda pode ser feito.
SEGURANÇA
O presidente afirmou ainda o governo nunca deixou de enfrentar os grandes temas, sendo a segurança pública um exemplo disso.
Segundo ele, a intervenção federal na área da segurança pública do Estado do Rio de Janeiro já mostra uma “sensível” redução dos crimes no Estado.
Temer aproveitou para fazer um balanço do governo e pediu aos novos ministros que não se incomodem com as críticas e toquem as ações das pastas.
“Enquanto as pessoas protestam, a caravana do governo vai trabalhando.”
Ao comentar a importância da revitalização do rio São Francisco, Temer referiu-se ainda à privatização da Eletrobras (SA:ELET3) como uma possibilidade, acrescentando esperar que ela seja aprovada pelo Congresso. A medida enfrenta dificuldades na Câmara, mesmo entre parlamentares aliados.
“No caso da Eletrobras, se vier a ser privatizada, como se espera... privatizada, não, mas aumentada a presença das ações de natureza privada na Eletrobras, há um fundo criado especialmente com vários milhões ou bilhões para a revitalização do Rio São Francisco”, disse o presidente.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)