BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer perdeu mais um assessor especial com o pedido de demissão, na noite de terça-feira, do ex-deputado Sandro Mabel, que trabalhava também na articulação política do governo.
Mabel entregou sua carta de demissão no mesmo dia que Tadeu Filipelli, outro dos assessores especiais de Temer, foi preso em uma operação da Polícia Federal que investiga pagamento de propinas na reforma do estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Esse é o quarto dos assessores especiais de Temer a deixar o governo desde o final do ano passado. O primeiro foi José Yunes, advogado amigo de Temer há 30 anos que pediu demissão depois de ter sido citado na delação do ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho.
O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures, um dos mais próximos do presidente, deixou o governo em março para assumir uma vaga na Câmara, e agora foi acusado pelos executivos do grupo J&F de ter negociado propinas. Filipelli foi exonerado depois de ser preso.
Em sua carta de demissão, Mabel ressalta que teria pedido para sair em dezembro, mas Temer pediu para que ficasse mais 120 dias, e então o ex-deputado teria novamente tentado sair em fevereiro.
Mabel credita sua decisão de sair a problemas para se manter em Brasília, longe da família e de seus negócios, em Goiás.
O ex-deputado foi citado na delação de executivos da Odebrecht como tendo recebido 100 mil reais para sua campanha à Câmara em 2010. O Ministério Público de Goiás abriu uma investigação sobre o caso.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)