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Tombini defende ajustes fiscais e diz que Selic atual é "de passagem"

Publicado 15.09.2015, 14:04
© Reuters. Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini
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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu nesta terça-feira o processo de ajustes fiscais no país um dia após o governo anunciar novas medidas para reequilibrar as contas públicas, ao mesmo tempo em que disse que a taxa básica de juros atual é de "passagem", mas necessária agora para domar a inflação

Segundo ele, a Selic --hoje a 14,25 por cento ao ano-- só cairá quando as expectativas para a inflação, atualmente afetadas pela percepção de maior risco na economia, também cederem com mais força.

"Considerando que o ajuste fiscal também possui suas próprias defasagens entre a discussão e a adoção das medidas e seus resultados, quanto mais tempestiva for a implementação do processo em curso, mais rápida será a retomada de uma trajetória favorável para a dívida pública e para a confiança de famílias e empresas", disse ele durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Tombini reconheceu que a recente perda pelo Brasil do grau de investimento torna a situação mais "desafiadora". "Por isso, reforço a necessidade de prosseguir com determinação e perseverança no processo de ajustes e de fortalecimento da resiliência de nossa economia", completou.

Na véspera, o governo federal anunciou pacote de medidas fiscais no valor de 65 bilhões de reais com o objetivo de garantir superávit primário em 2016 e resgatar a credibilidade, menos de uma semana após o Brasil ter pedido o selo internacional de bom pagador pela Standard & Poor's. Boa parte das ações, no entanto, depende de aprovação do Congresso Nacional, em meio ao clima político negativo para a presidente Dilma Rousseff.

Durante sua participação na audiência, Tombini afirmou em diversos momentos que a manutenção da taxa básica de juros no atual patamar por período "suficientemente prolongado" é necessária para a convergência da inflação para a meta de 4,5 por cento pelo IPCA no final de 2016, objetivo perseguido pela autoridade monetária, que segue vigilante em função das "elevações recentes de prêmios de risco".

Questionado pelos parlamentares sobre quando a Selic será reduzida, ele respondeu que os juros só vão cair quando houver "ancoragem mais forte das projeções de inflação em relação à nossa meta".

"Taxa de juros atual é taxa de passagem", acrescentou.

Diante das perspectivas incertas no fronte fiscal, agravadas pela crise política, economistas de instituições financeiras vêm piorando suas projeções para a inflação nos próximos anos, mesmo enxergando uma economia mais fraca ajudando a arrefecer a demanda.

Para 2016, a estimativa de alta do IPCA piorou pela sexta semana seguida, a 5,64 por cento, segundo a mais recente pesquisa Focus do BC com economistas. Para 2017, a projeção foi mantida em 4,70 por cento, após ter chegado bem perto da meta no fim de agosto, a 4,55 por cento.

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© Reuters. Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini

Bastante perguntado sobre o programa de swaps cambiais e seu custo para o país, Tombini apontou diversas vezes que, se há perda nesse lado com o avanço do dólar frente ao real, por outro o mesmo movimento vem impactando favoravelmente as reservas cambiais. No ano, o dólar acumulava alta de 43,45 por cento sobre o real até a véspera.

"Tudo que foi dito aqui em termo de resultado da posição de swap, o resultado é três vezes maior na valorização das reservas internacionais", disse o chefe do BC, após reforçar que o intuito do programa de swap é prover estabilidade e redução da volatilidade, mas "nunca segurar a taxa de câmbio".

Falando sobre o déficit em transações correntes do Brasil, Tombini afirmou que a projeção do BC aponta que o rombo será 30 bilhões de dólares menor neste ano, se comparado com o saldo negativo de 103,6 bilhões de dólares em 2014. Até então, a conta apontava para déficit de 81 bilhões de dólares em 2015.

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