Por Susan Cornwell e Alana Wise
WASHINGTON (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, está selecionando os futuros ocupantes de outros postos de primeiro escalão de seu governo depois de escolher o veterano de Washington Reince Priebus como chefe de gabinete da Casa Branca e o polêmico Stephen Bannon como seu principal conselheiro.
Menos de uma semana depois de sua vitória surpreendente sobre a democrata Hillary Clinton na eleição presidencial de terça-feira passada, a escolha de Trump por Priebus, chairman do Comitê Nacional Republicano e amigo do presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, pode ajudá-lo a remediar as relações desgastadas com membros do establishment do Partido Republicano.
Mas Trump também nomeou Bannon, o combativo ex-diretor do site de direita Breitbart News, como seu estrategista e conselheiro sênior. Um comunicado disse que Bannon e Priebus irão "trabalhar como parceiros igualitários para transformar o governo federal".
A escolha de cada um deles pode revoltar um segmento dos apoiadores de Trump. Seguidores radicais do magnata que contavam que ele mantivesse sua promessa de campanha de "secar o pântano" de figuras de Washington que querem manter o status quo podem ficar decepcionados com a escolha de Priebus como chefe de gabinete, que controla o acesso ao presidente norte-americano e sua pauta.
Já republicanos mais tradicionais podem ficar tensos com a escolha do agressivo Bannon para um dos maiores cargos da Casa Branca.
Em um comunicado, Trump disse que tanto Bannon quanto Priebus são "líderes altamente qualificados" que o ajudaram na disputa pelo Salão Oval.
O presidente Barack Obama, que Trump irá suceder no dia 20 de janeiro, planeja realizar uma coletiva de imprensa às 18h15 (horário de Brasília) desta segunda-feira antes de partir para uma viagem internacional. O democrata, que prometeu uma transição suave com Trump apesar de suas diferenças políticas acentuadas, certamente será indagado pelos repórteres a respeito das nomeações do sucessor.
Os democratas criticaram duramente a indicação de Bannon. O deputado Adam Schiff tuitou: "Seleção de Steve Bannon para papel de destaque na CB (Casa Branca) não surpreende mas alarma. Suas posições de direita alternativa, antissemitas e misóginas não têm lugar na CB".
Desde a eleição, Trump vem suavizando uma de suas principais promessas de campanha, a de construir um muro na fronteira com o México. Em uma entrevista ao programa "60 Minutes" do canal CBS que foi exibida no domingo, Trump disse que aceitaria erguer uma cerca ao invés de um muro em algumas áreas.