Por Steve Holland
NOVA YORK (Reuters) - Sob pressão para evitar qualquer conflito de interesse, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que irá deixar "totalmente" os negócios para se concentrar na administração do país, e marcou uma coletiva de imprensa para 15 de dezembro para detalhar os planos.
Trump fez o anúncio em uma série de tuítes, mas não explicou exatamente o que fará com seus bens. Críticos vêm indagando como o republicano irá evitar um conflito de interesse entre a Presidência e um império imobiliário de propriedades espalhadas pelo mundo.
"Farei uma grande coletiva de imprensa na cidade de Nova York com meus filhos em 15 de dezembro para debater o fato de que vou deixar meu grande negócio totalmente para poder me concentrar plenamente na administração do país para tornar a América grande novamente!", disse o magnata.
Trump disse que a lei não exige que ele altere seu relacionamento com seu negócio, mas acrescentou: "Sinto que é visualmente importante, como presidente, não ter um conflito de interesse de maneira nenhum com meus vários negócios".
"Sendo assim, estão sendo preparados documentos legais que me afastam completamente das operações de negócios. A presidência é de longe uma tarefa mais importante!", acrescentou.
Claramente relutante em abrir mão de um empreendimento que tornou seu nome conhecido em todo o mundo, Trump chegou a argumentar que não tinha necessidade de se separar da Trump Organization.
Mas as críticas aumentaram. Uma análise do jornal The New York Times, publicada no sábado, mostrou que as empresas de Trump têm operações em ao menos 20 países.
O jornal Wall Street Journal dise em um editorial de 17 de novembro que o novo mandatário deveria liquidar seus bens para evitar qualquer aparência de conflito.
"O estrago político a uma nova gestão poderia ser amplo. Se o senhor Trump não liquidar, será acusado de motivo pecuniário em qualquer ocasião em que adote uma posição na formulação de políticas", disse a publicação.