CARACAS (Reuters) - O governo da Venezuela criticou nesta segunda-feira as restrições de viagem que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs a cidadãos venezuelanos por meio de um novo decreto, acusando-o de praticar "terrorismo psicológico" com este tipo de proibição.
Trump, ao renovar a lista de nações afetadas pelos vetos de viagem, manteve cinco países de maioria muçulmana e acrescentou Coreia do Norte, Chade e Venezuela, argumentando razões de segurança.
As restrições aos venezuelanos se concentraram em funcionários do governo socialista, incluindo membros do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) e familiares. Quem estiver na lista não pode ingressar em solo norte-americano.
O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela disse em um comunicado que "rechaça categoricamente a decisão irracional do governo dos Estados Unidos da América de catalogar uma vez mais o nobre povo venezuelano como uma ameaça à sua segurança nacional".
"Estes tipos de listas, vale sublinhar, são incompatíveis com o direito internacional e constituem em si mesmas uma forma de terrorismo psicológico e político", acrescentou o comunicado.
As novas restrições, que entrarão em vigor em 18 de outubro, resultaram de uma revisão do governo Trump, uma vez que as medidas impostas inicialmente foram suspensas nos tribunais e provocaram indignação internacional.
As medidas se somam às sanções financeiras que Trump já aplicou a cidadãos ligados ao governo de Caracas.
A chancelaria venezuelana, que também acusou Washington de tentar "estigmatizar" a Venezuela ao incluí-los nesta lista, advertiu que estudará "todas as medidas necessárias" para se defender, sem dar maiores detalhes.
(Por Corina Pons)