Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta quinta-feira à Reuters que a nova cirurgia a que foi submetido o presidenciável vai atrasar o retorno dele às atividades de campanha, e não quis precisar se isso pode ocorrer antes do primeiro turno em 7 de outubro.
Mourão disse que a cirurgia realizada em Bolsonaro na noite de quarta-feira foi bem-sucedida, conforme anunciado pelos médicos, mas reconheceu que a nova intervenção vai demandar um maior tempo de recuperação para o candidato.
"Vai atrasar a volta dele para atividade. Não dá para dizer prazo disso aí (se volta antes do primeiro turno). Nessa ânsia de quando vai voltar, isso acaba até causando mais estresse para ele", afirmou Mourão por telefone.
Mais cedo, um dos filhos do candidato do PSL a presidente, Carlos Bolsonaro, agradeceu ao trabalho da equipe médica em publicação no Twitter (NYSE:TWTR). "Noite delicada, mas 100 por cento contornada. O velho é forte como um cavalo, não é à toa que seu apelido no Exército é 'cavalão'!", disse.
Bolsonaro foi esfaqueado durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) na quinta-feira passada, sendo imediatamente submetido a um procedimento cirúrgico. O candidato foi transferido no dia seguinte para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde está internado desde então.
Na noite de quarta-feira, o presidenciável foi submetido a uma cirurgia com o objetivo de desobstruir o intestino, após uma tomografia de abdômen revelar uma aderência obstruindo o intestino delgado. Segundo os médicos, o procedimento foi bem-sucedido.
Boletim médico divulgado pelo hospital Albert Einstein na manhã desta quinta-feira informou que Bolsonaro voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante a madrugada após passar pelo novo procedimento cirúrgico. "O paciente evoluiu bem após a cirurgia, sem intercorrências", disse o hospital.
"INSUBSTITUÍVEL"
O candidato a vice-presidente, que cumpre agenda de campanha nesta quinta-feira em Ponta Grossa e Curitiba, no Paraná, afirmou que não há, ao menos por enquanto, qualquer decisão sobre ele representar Bolsonaro nos eventos de campanha durante a recuperação do cabeça de chapa.
Mourão disse que tem mantido a agenda. "Vamos manter a campanha no ar, mas nada em substituição a ele (Bolsonaro), que o considero insubstituível", disse.
O candidato a vice afirmou também que não houve decisão de consultar formalmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que ele possa representar a coligação em debates durante a recuperação de Bolsonaro. Disse que isso não é um desejo dele, mas uma "alternativa" de campanha.
Mourão disse trabalhar com a hipótese de vencer a disputa ao Palácio do Planalto no segundo turno, embora destacou que vai atuar nas próximas três semanas para amealhar uma vitória no primeiro turno.
(Edição de Pedro Fonseca)