Por Ginger Gibson e Joseph Ax
WASHINGTON/CHARLOTTESVILLE, Virgínia (Reuters) - Washington se prepara para uma manifestação de supremacistas brancos no domingo, organizada para coincidir com o aniversário dos violentos confrontos no ano passado em Charlottesville, na Virgínia.
O evento "Unite the Right 2" foi marcado para às 18h30 (horário de Brasília) em Lafayette Square (NYSE:SQ), diante da Casa Branca. Várias manifestações contrárias, cuja expectativa é que superem o de número supremacistas brancos, devem ser realizadas nas proximidades.
Autoridades prometeram a presença policial para manter os dois lados separados e evitar as brigas de rua, como as que eclodiram no ano passado no centro de Charlottesville. A moradora Heather Heyer foi morta quando um homem de Ohio, James Fields, dirigiu seu carro contra uma multidão de manifestantes.
Na época, o presidente Donald Trump disse que havia "pessoas muito boas" em ambos os lados, estimulando críticas de todas os setores políticos de que ele estava equiparando manifestantes de oposição com neonazistas e outros supremacistas brancos.
No sábado, Trump condenou "todos os tipos de racismo" em um post no Twitter marcando o aniversário.
A assessora de Trump Kellyanne Conway disse no domingo que a mídia "não estava cobrindo" as repetidas denúncias do presidente contra supremacistas brancos.
"Ele está clamando pela união entre todos os norte-americanos e denunciou todas as formas de intolerância e atos de violência e racismo", disse Conway no programa "This Week", da ABC.
O deputado democrata Elijah Cummings, o principal representante do partido no Comitê de Supervisão da Câmara, disse que Trump não estava fazendo o suficiente para repudiar os racistas.
"Ele não foi longe o suficiente", disse Cummings ao programa "This Week", da ABC. "Eu acho que é pouco para o presidente dos Estados Unidos simplesmente dizer que ele é contra o racismo. Ele tem que fazer mais do que isso. Ele tem que agir contra as pessoas que estão fazendo comentários racistas e cometendo atos racistas."
Em Washington, na noite de sábado, dezenas de policiais patrulhavam a Lafayette Square, onde membros do movimento Black Lives Matter de Washington se espalharam pelo parque, parecendo estar de guarda.
Os organizadores do #OccupyLafayettePark, um grupo de defesa de direitos civis que realiza protestos noturnos na praça, seguravam cartazes com "Love America, Hate Trump" (Ame a América, Odeie Trump) e "Defend The District From White Supremacy" (Defenda a cidade contra a supremacia branca)", a poucos passos da Casa Branca.
Na pitoresca cidade universitária de Charlottesville, centenas de policiais mantiveram um perímetro de segurança ao redor do movimentado distrito central durante todo o sábado. O tráfego de veículos foi interditado em uma área de mais de 15 quarteirões da cidade, enquanto pedestres tiveram permissão de acesso por dois postos de controle, onde os policiais procuravam por armas em bolsas.
Centenas de estudantes e ativistas foram às ruas no sábado à noite. No domingo de manhã, a ativista Grace Aheron, 27 anos, vestiu uma camiseta da Black Lives Matter e se juntou a centenas de moradores de Charlottesville que se reuniram no parque Booker T. Washington.
"Queremos reivindicar nossas ruas de volta, reivindicar nosso espaço público de volta, reivindicar nossa cidade de volta", disse Aheron.