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É mais fácil aumentar arrecadação do que cortar despesa, diz Tebet

Publicado 04.10.2023, 20:13
Atualizado 04.10.2023, 20:41
© Reuters É mais fácil aumentar arrecadação do que cortar despesa, diz Tebet

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta 4ª feira (4.out.2023) que há dificuldades em cortar gastos e que é “mais fácil aumentar a arrecadação”. Ela afirmou ainda que o Orçamento é “engessado”.

A declaração foi dada durante audiência pública para debater o PPA (Plano Plurianual) de 2024-2027, que traz metas para o Orçamento a médio prazo. Ao falar sobre o tema, Tebet mencionou a tramitação da Câmara do PL (Projeto de Lei) das offshores (PL 4.173, de 2023).

De acordo com estimativa no Orçamento de 2024, o governo espera obter R$ 7 bilhões só com a taxação. O relator do texto, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), no entanto, incluiu mudanças sobre fundos de investimentos que são da medida provisória 1.184, de 2023.

A peça orçamentária traz uma projeção de arrecadação de R$ 13,3 bilhões com os fundos exclusivos. Na 3ª feira (3.out), o congressista apresentou o relatório preliminar do PL das offshores. Eis a íntegra do documento (PDF – 484 kB).

Simone Tebet disse que houve “cortes equivocados” em autarquias, como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A ministra declarou que o Brasil “arrecada muito imposto e arrecada mal”.

“Eu falando, faço um mea-culpa porque fiquei 8 anos no Senado e a gente aprova medidas sem saber se será eficiente”, disse.

Na sua visão, o PPA tem a “expectativa de mudar a realidade” do orçamento nacional.“Tão grave quanto arrecadar muito é que o Brasil gasta muito. Os governos de modo geral, Estados, municípios, governo federal, gastam mal porque não tem diretriz, não tem um planejamento”, acrescentou.

REVISÃO EM PROGRAMAS SOCIAIS

Conforme a ministra, foram criados grupos de trabalho para revisar gastos. Disse que o Bolsa Família é um “gasto necessário”, mas que é necessário identificar possíveis fraudes.

“É preciso avaliar nesse CadÚnico se quem está recebendo, merece. Não é, por exemplo, um trabalhador que tem 3, 4 salários mínimos, não é parente de vereador, não é porque conhece o prefeito”, declarou.

Simone Tebet afirmou que há um GT no Ministério do Desenvolvimento Social avaliando cadastros de famílias unipessoais e que esse número se aproxima de 3 milhões.

Também citou “possíveis fraudes e erros no BPC [Benefício de Prestação Continuada] e de quem não tem direito à aposentadoria”.

Tebet disse que 8% dos recursos reservados para a Previdência (R$ 935,2 bilhões) poderiam ser provenientes de “erros ou fraudes”. Grande parte do Orçamento da Previdência Social é destinado ao pagamento de aposentadorias e benefícios.

Segundo ela, o pente-fino faz parte do objetivo do governo em reduzir o deficit primário: “Nós estamos tentando ao máximo fechar em 1,1%, 1,2% negativo. Reduzir pela metade esse ano para cumprir a meta do fiscal zero ano que vem com a banda de 0,25% negativo. Isso é uma forma de indiretamente garantir qualidade do gasto”.

O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo, também participou da sessão. “A ideia e o que nós fizemos foi para que nós pudéssemos ter uma escuta a mais ampla possível no país”, disse sobre o PPA.

Macêdo enfatizou que a plataforma Brasil Participativo, que permitiu a interação da sociedade com o Plano Plurianual, teve mais de 4 milhões de acessos.

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