A internet era utilizada em 91,5% dos domicílios (68,9 milhões) do país em 2022, com alta de 1,5 ponto percentual frente a 2021. O crescimento dessa proporção vem desacelerando, enquanto se aproxima da universalização. A expansão tem sido mais rápida nas áreas rurais, com redução da diferença em relação às áreas urbanas, de 40 p.p. em 2016 para 15,4 p.p. em 2022.
Os dados são do TIC (Módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação) da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, abrangendo o acesso à Internet e à televisão nos domicílios e o acesso à Internet e a posse de telefone celular pelas pessoas com 10 anos ou mais de idade.
6,4 milhões de domicílios do país não tinham Internet
Em 2022, 6,4 milhões de domicílios do país não utilizavam a Internet. Os 3 principais motivos foram: nenhum morador sabia usar a Internet (32,1%), serviço de acesso à Internet caro (28,8%) e falta de necessidade em acessar a Internet (25,6%).
Outros motivos apontados foram: serviço de acesso à Internet não estava disponível (5,4%), equipamento para acessar a Internet era caro (3,9%), falta de tempo (1,1%), preocupação com segurança (0,6%) e outro motivo (2,6%).
A banda larga tem sido o principal tipo de conexão à Internet nos domicílios, variando entre 99,7% e 99,9% entre 2016 e 2022. Em 2021, a proporção de domicílios com banda larga móvel se reduziu, voltando a subir em 2022. Já a adoção da banda larga fixa cresceu ao longo de toda a série, superando a banda larga móvel em 2021 e 2022.
O menor percentual de domicílios com banda larga móvel estava no Nordeste (65,3%), enquanto as demais regiões superaram os 80%, com a Sudeste liderando (88,7%).
Dispositivos inteligentes são utilizados em 14,3% dos domicílios com internet
Em 2022, entre os 68,9 milhões de domicílios com Internet, 14,3% (ou 9,9 milhões) tinham algum tipo de dispositivo inteligente que poderia ser acessado pela Internet, como câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado, geladeiras etc. No setor rural, o percentual foi 6,1% e no urbano, 15,3%. Entre as regiões, o menor percentual foi da Nordeste (9,9%) e o maior, da Sul (18,2%).
País tem 71,5 milhões de domicílios com TV
De 2021 a 2022, o número de domicílios com TV no país subiu de 69,6 milhões para 71,5 milhões. No entanto, a proporção de domicílios com TV recuou de 95,5% para 94,4%. Isso ocorreu em todas as regiões e a maior redução foi no Norte: de 90,7% em 2021 para 89,9% em 2022.
Essa tendência de aumento no contingente e de queda no percentual dos domicílios com televisão ocorreu em toda a série histórica da pesquisa.
Antena parabólica analógica ainda era encontrada em 16,8 milhões de domicílios
Em 2022, foram estimados 65,5 milhões de domicílios com recepção de sinal analógico ou digital de televisão aberta, o equivalente a 91,6% dos domicílios com TV no país.
Em 23,5% desses domicílios com TV havia antena parabólica (digital ou analógica) com sinal aberto. Nas áreas rurais, esse percentual chegava a 54,8% e nas áreas urbanas, a 19,2%.
Em 16,0% (ou 16,8 milhões) dos domicílios do país com TV, a recepção de sinal era via antena parabólica analógica, ante 8,3% (ou 5,9 milhões) com parabólica digital de sinal aberto. Destaca-se que 1,3% dos domicílios com TV (ou 911 mil) somente recebiam sinal via parabólica analógica.
“Esse grupo precisa migrar para a recepção via mini parabólica, ou vai ficar sem sinal de TV aberta, devido ao desligamento da transmissão via parabólicas analógicas. Há domicílios com antena parabólica analógica, que também têm outros dispositivos de acesso como TV por assinatura, mas esse grupo de 911 mil domicílios só tem esse tipo de antena parabólica analógica”, disse Leonardo Quesada, analista da pesquisa.
Uso de TV por assinatura diminui nas áreas urbanas e cresce nas áreas rurais
Em 2022, 27,7% dos domicílios com televisor tinham acesso a TV por assinatura, sendo 28,8% em área urbana e 19,8% em área rural. Nas áreas urbanas, houve uma queda de 0,4 p.p. na proporção de domicílios com esse serviço (de 29,2% para 28,8%), enquanto nas rurais houve alta de 2,0 p.p. (de 17,8% para 19,8%).
A Região Sudeste (34,3%) tem o maior percentual de domicílios com TV por assinatura e a Nordeste, o menor (17,1%).
“A proporção de domicílios com TV por assinatura em áreas urbanas recuou de 37,2% em 2016 para 28,8% em 2022. Já em área rural, essa proporção cresceu de 11,9% em 2016 para 19,8% em 2022”, ressalta o analista.
Em 2022, entre os domicílios sem TV por assinatura, 35,3% não adquiriam esse serviço por considerá-lo caro e 53,7% não tinham interesse. Cerca de 9,2% não tinham o serviço de TV por assinatura porque acessavam vídeos (inclusive de programas, filmes ou séries) pela Internet, enquanto 1,1% não dispunham do serviço na localidade em que residiam.
Streaming de vídeo já é está em 43,4% dos domicílios com TV
Entre os domicílios com televisão, 43,4% (ou 31,1 milhões) utilizavam algum serviço pago de streaming de vídeo. Entre os domicílios com esse serviço, 95,3% também acessavam canais de televisão, sendo 93,1% na TV aberta e 41,5% com TV por assinatura.
Apenas 4,7% dos domicílios com acesso pago a streaming de vídeo não tinham TV aberta ou por assinatura. “Isso mostra que o streaming ainda está longe de substituir as modalidades mais tradicionais de TV”, reforça Quesada.
Cai a proporção de domicílios com microcomputador e uso do tablet sobe ligeiramente
De 2021 a 2022, a proporção de domicílios com microcomputador recuou de 40,7% para 40,2%. Em 2016, esse percentual era de 45,9%. Já a proporção de domicílios com tablet, que recuava desde 2016 (15,5%), subiu de 9,9% (2021) para 10,7% (2022).
“Esse aumento no último período ainda não pode ser considerado uma mudança na tendência de queda dos tablets, pois será preciso acompanhar novas estimativas anuais para se ter um panorama mais efetivo”, declarou o analista da pesquisa.
Número de domicílios com telefone fixo continua diminuindo
A proporção de domicílios com telefone fixo no país foi de 12,3%, queda de 3,3 p.p. em relação a 2021 (15,6%). Já a taxa de domicílios com telefone móvel celular (96,6%) aumentou frente a 2021 (96,3%). “Em 2022, não havia telefone em apenas 2,8% dos domicílios (2,1 milhões), redução de 0,2 p.p. em relação a 2021”, disse o analista.
O percentual domicílios do país com serviço de rede móvel celular funcionando para Internet ou telefonia passou de 86,2% em 2016 para 92,0% em 2022. Na área urbana, essa proporção passou de 89,7% para 95,2%, no mesmo período, e na área rural, de 63,7% para 69,4%. “Desde 2018, a telefonia móvel expandiu pouco na área rural, apresentando uma pequena queda entre 2021 e 2022”, afirmou Leonardo.
Rádio ainda é ouvido em 56,5% dos domicílios em 2022
Cerca de 56,5% dos domicílios do país (ou 42,6 milhões) tinham rádio em 2022. O maior percentual foi da Região Sul (64,8%), enquanto na Norte e na Centro-Oeste, menos da metade dos domicílios (46,8% e 47,5% respectivamente) tinham rádio. O percentual de domicílios com esse equipamento no setor rural (58,2%) era ligeiramente superior ao do urbano (56,3%).
Com informações da Agência IBGE.