Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), a Polícia Federal prendeu preventivamente nesta sexta-feira duas pessoas por terem feito "violentas ameaças" a familiares do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, informaram a PF em nota e duas fontes com conhecimento da ação à Reuters.
Segundo uma das fontes, os alvos da operação tinham feito ameaças de morte com requintes de crueldade ao longo de uma semana, tendo, inclusive, detalhes da rotina de Moraes e de familiares do magistrado.
Os presos, conforme essa fonte, chegaram a enviar emails com essas ameaças aos filhos de Moraes. Foi a PGR quem pediu a prisão dos suspeitos, que foi autorizada pelo STF. Um dos detidos no Rio de Janeiro é fuzileiro naval. O outro alvo foi detido em São Paulo.
A PF, que localizou as duas pessoas, cumpriu ainda outros cinco mandados de busca e apreensão nas duas capitais.
Moraes tornou-se um dos principais alvos de ameaças em redes sociais e até pessoalmente desde que, tanto como ministro do STF e também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conduziu uma série de casos que envolveram o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliados e simpatizantes dele.
Sob a presidência dele no TSE, o tribunal condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros em julho de 2022 quando fez ataques ao sistema de urnas eletrônicas.
Moraes despediu-se esta semana do TSE, que será comandado a partir de agora pela ministra do STF Cármen Lúcia.