O número de brasileiros que diz ter acessado a internet em 2023 cresceu no comparativo com o ano passado. Ao todo, 84% dizem ter navegado online, o que representa um total de 156 milhões de pessoas, ante 81% em 2022. Os dados são da pesquisa TIC Domicílios 2023, elaborada pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) e divulgada nesta 5ª feira (16.nov.2023).
Ao todo, 85% dos moradores de áreas urbanas do país responderam positivamente ao questionamento, enquanto o total foi de 78% para os residentes de áreas rurais. Eis a íntegra do levantamento (PDF – 1 MB).
No recorte por regiões, a Sul é a que tem o maior número de usuários, com 88%. A Norte aparece na última posição do ranking, com 78%. Eis os totais de cada região:
- Sul – 88%;
- Sudeste – 87%;
- Centro-Oeste – 85%;
- Nordeste – 79%; e
- Norte – 78%.
O perfil médio do brasileiro que navegou online é do sexo feminino, autodeclarado branco, tem de 16 a 24 anos e ensino superior. A pesquisa também indica que indivíduos de classes sociais mais altas foram maioria:
- A – 97%;
- B – 95%;
- C – 88; e
- D ou E – 69%.
Na divisão por faixa etária, a pesquisa mostra que o percentual de acesso fica acima de 90% dos 10 aos 44 anos. Entre os entrevistados com 60 anos ou mais, esse valor é de 51%. Eis os recortes:
- 10 a 15 anos – 92%;
- 16 a 24 – 95%;
- 25 a 34 – 94%;
- 35 a 44 – 92%;
- 45 a 59 – 85%; e
- 60 ou mais – 51%.
Quanto ao grau de instrução dos indivíduos, os analfabetos ou só com ensino infantil foram minoria na internet:
- analfabetos ou com ensino infantil – 32%;
- ensino fundamental – 75%;
- ensino médio – 93%; e
- ensino superior – 97%.
Os dados ainda mostram que autodeclarados negros foram os que menos acessaram a web:
- pretos – 82%;
- pardos – 85%; e
- brancos – 86%.
CELULAR
A pesquisa elaborada pela CGI.br mostrou que o celular foi o dispositivo mais usado para entrar na internet, chegando a 99% dos usuários. Em 2º lugar no ranking está a televisão –58% disseram usar o eletrodoméstico. Já o número de acessos via computador foi de 42%.
Ainda segundo a pesquisa, 58% dos entrevistados disseram ter se conectado pelo telefone celular, mas não pelo computador. 41% afirmaram usar ambos os dispositivos.
“Neste ano, voltamos a observar um aumento de conectividade no país. Mas a TIC Domicílios também mostra que a qualidade desse acesso ainda é desigual entre a população, o que restringe o desenvolvimento de habilidades digitais e fruição plena dos benefícios que a Internet tem a oferecer”, declarou Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
METODOLOGIA
Ao todo, os pesquisadores consultaram 23.975 domicílios e 21.271 indivíduos em todo país, de março a julho deste ano. As entrevistas são realizadas presencialmente, em domicílios em áreas urbanas e rurais.
A pesquisa selecionou as unidades de análise dos domicílios e indivíduos de 10 anos ou mais. São utilizadas informações do PNAD (Censo Demográfico e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) ou do PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), realizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O levantamento também conta com um grupo de especialistas do MCom (Ministério das Comunicações), MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações), do IBGE e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica).