O percentual de brasileiros usando a internet atingiu número recorde de 87,2% em 2022. O patamar segue uma trajetória de crescimento do acesso em todas as faixas etárias, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados na 5ª feira (9.nov.2023).
Os dados fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento do IBGE realiza, desde 2016, análises sobre TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). Por conta da pandemia, o instituto não realizou a pesquisa em 2020.
Ao todo, 161,6 milhões de pessoas acessaram a internet ao longo de 2022. Dessas, 93,4% fizeram o uso todos os dias. O número foi quase 3% maior que o de 2021, quando a utilização foi feita por 155,7 milhões de brasileiros (ou 84,7% do total da população).
O acesso por pessoas com 60 anos é um dos destaques da pesquisa. Ainda que registre a menor taxa entre os grupos etários, o percentual de acesso à internet dessa camada da população apresentou o crescimento mais expressivo, com aumento de 4,6 pontos percentuais.
“Mesmo que o uso da internet venha crescendo em todos os grupos etários, este foi mais acelerado nas idades mais elevadas, o que pode ter sido propiciado, entre outros fatores, pela evolução nas facilidades para o uso dessa tecnologia e na sua disseminação no cotidiano da sociedade“, afirmou o analista do IBGE, Gustavo Geaquinto.
Entre as regiões do país, o Centro-Oeste aparece com o maior percentual. O número é influenciado pelo Distrito Federal, que tem a maior proporção (96,6%) de usuários entre os 27 Estados. O Norte e o Nordeste permanecem com os menores resultados, mesmo apresentando as maiores expansões em 2021 e 2022: 6,1 p.p. e 5,1 p.p., respectivamente.
A Pnad mostrou também que a internet estava presente em 91,5% dos domicílios em 2022. O número é outro recorde da série, que marca uma alta de 1,5 ponto percentual frente a 2021, quando 90% dos domicílios tinham acesso à rede.
Na área rural, o número de usuários foi de 72,7%, em 2022. Na urbana, a porcentagem foi um pouco maior, de 89,4%. Entre as pessoas sem instrução, 39,4% acessaram a internet, percentual bem inferior ao dos demais grupos de escolaridade, como as pessoas com ensino superior incompleto (98,7%) e com superior completo (98,2%).
O telefone móvel, celular ou smartphone, foi o equipamento mais utilizado para acessar a internet (98,9%), seguido pela TV (47,5%). A televisão vem aumentando o seu espaço. O aparelho saiu de 11,3%, em 2016, para 32,2%, em 2019. Chegou a 47,5% em 2022.
Já o microcomputador segue trajetória reversa: em 2016, o percentual de respostas era de 63,2%, passando para 46,2%, em 2019, até chegar nos 35,5% de 2022. O tablet também vem caindo: de 16,4% (2016) para 7,6% (2022).
Pela 1ª vez, a análise trouxe dados sobre a frequência com que as pessoas utilizavam a Internet. O acesso foi parte das atividades diárias de 93,4% dos brasileiros.
Além disso, 2,7% utilizavam quase todos os dias (5 ou 6 dias por semana); 3,2% de uma a 4 vezes por semana; e apenas 0,7% utilizavam com uma frequência inferior a uma vez por semana. Entre as grandes regiões, o menor índice de frequência diária era para o Norte (89,2%) e o maior para o Centro-Oeste (95,0%).