A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes acesso à íntegra dos depoimentos prestados à PF (Polícia Federal) pelos demais investigados na apuração da suposta entrada e venda ilegal de joias recebidas da Arábia Saudita. A informação foi confirmada ao Poder360.
Na 5ª feira (31.ago), Michelle e Bolsonaro ficaram em silêncio durante depoimento à corporação. Os advogados Paulo Cunha Amador e Daniel Tesser afirmaram que o casal só prestará esclarecimentos quando o caso das joias for submetido à 1ª Instância. Em nota, a ex-primeira-dama disse estar disposta a falar, mas não em “local impróprio”.
A PF também ouviu de forma simultânea –para evitar que combinassem versões– os seguintes investigados:
- Frederick Wassef – o ex-advogado da família, em São Paulo;
- Fabio Wajngarten – advogado e assessor de Bolsonaro;
- tenente-coronel Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- general Mauro César Lourena Cid – pai de Mauro Cid;
- Marcelo Câmara – ex-assessor de Bolsonaro;
- Osmar Crivellati – ex-assessor de Bolsonaro.
Além de Michelle e Bolsonaro, Fabio Wajngarten e Marcelo Câmara também ficaram em silêncio durante o depoimento. O advogado dos 2, Eduardo Kuntz, afirmou que eles só prestarão esclarecimentos à autoridade competente.
OPERAÇÃO LUCAS 12:2
A PF (Polícia Federal) deflagrou em 11 de agosto a operação Lucas 12:2. Foram alvos de buscas autorizadas pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes:
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Mauro Cesar Lourena Cid – general da reserva e pai de Cid;
- Osmar Crivelatti – braço direito de Cid;
- Frederick Wassef – ex-advogado da família Bolsonaro.
Os agentes investigam se houve tentativa de vender presentes entregues a Bolsonaro por delegações estrangeiras. Segundo a PF, relógios, joias e esculturas foram negociados nos Estados Unidos –veja aqui as fotos dos itens e leia neste link a íntegra do relatório da PF. O suposto esquema seria comandado por Cid e Crivelatti.
Em nota, a defesa de Bolsonaro negou que ele tenha desviado ou se apropriado de bens públicos. Afirma que a movimentação bancária do ex-chefe do Executivo está à disposição da Justiça. No comunicado, declarou que ele “não teme absolutamente nada”, uma vez que não teria cometido nenhuma irregularidade. Eis a íntegra (PDF – 110 kB).
O nome da operação faz alusão a um versículo da Bíblia: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.