O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes encaminhou, nesta sexta-feira, 17, ao Conselho de Ética da Câmara informações sobre o envolvimento do deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL-PB) na incitação dos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Durante a data, ele fez publicações no Twitter defendendo as manifestações com vandalismo no Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto, dizendo que era algo "previsível".
"Não existe ato de vandalismo maior que rasgar a Constituição Federal. Não respeitar o devido processo legal. Destruir o ordenamento jurídico. Contaminar o processo eleitoral. Ser parcial como juiz. Era previsível a população não aceitar pacificamente", escreveu o deputado. Ele apagou essa publicação. Em seguida, ele condenou a depredação do patrimônio público, mas culpou o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pelos acontecimentos. "O povo não aguenta mais ser estrangulado por quem deveria ser o guardião da Constituição Federal. Um dos maiores responsáveis é o presidente do Congresso Nacional, omisso e prevaricador."
Cabo Gilberto Silva é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e um dos principais defensores da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. A pauta é movida pela linha de frente da oposição bolsonarista como forma de constranger o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Justiça, Flávio Dino.
O ministro também pediu que a PF apure o papel do deputado estadual paraibano Walber Virgolino (PL), o candidato ao governo paraibano em 2022 pelo PL, Nilvan Ferreira, e a vereadora de João Pessoa Eliza Virgínia (PP). Além desses nomes Alexandre pediu o aprofundamento na investigação sobre o envolvimento da ex-primeira-dama do Estado, Pâmela Bório, no "núcleo de executores dos atos criminosos". Ela levou o filho menor de idade para a invasão e subiu ao telhado do Congresso.
Alexandre acolheu a manifestação da Procuradoria-Geral da República sobre representação do diretório da federação PSOL-Rede na Paraíba.