Padres de comunidades de Buenos Aires (Argentina) realizaram na 3ª feira (5.set.2023) uma missa em repúdio a insultos contra o papa Francisco feitos pelo candidato presidencial Javier Milei. Ele já chamou o pontífice, por exemplo, de “imbecil que defende a justiça social” e “representante maligno”. As informações são do jornal Clarín.
O padre José “Pepe” Di Paola disse ser “indigno de um candidato” dizer frases como “a merda da justiça social” quando a busca por essa justiça “faz parte do Evangelho, da doutrina social da igreja”. O sacerdote trabalhou com o papa quando Jorge Bergoglio (nome de Francisco) ainda era arcebispo de Buenos Aires.
A missa foi realizada em frente à paróquia dos Milagres de Caacupé, localizada na favela 21-24. “Em última análise, o ataque atinge as raízes da nossa fé e do humanismo porque a justiça social não começa no ressentimento e na inveja, mas sim na compreensão do que significa liberdade, que não é apenas fazer o que se quer”, falou Pepe.
Javier Gerardo Milei tem 52 anos, é formado em economia e liderou com 30,4% dos votos a eleição primária de 13 de agosto de 2023 na disputa pela Presidência da Argentina. Ele está à direita no espectro político ideológico, com ideias liberais na economia. Defende fechar o Banco Central do país, acabar com o peso e usar o dólar dos EUA como moeda local.
O candidato concorre à Casa Rosada pela coalizão “La Libertad Avanza” (em português, A Liberdade Avança). Milei se autodefine como “anarcocapitalista” e “libertário” –é contra a interferência do Estado na sociedade e a favor do sistema de livre mercado. Diz que seu programa será uma “motosserra” para cortar gastos públicos. Afirma que o aquecimento global é uma mentira, é a favor da venda de órgãos e defende o sistema de educação não obrigatório e privado.