O presidente dos EUA, Joe Biden, reiterou o apoio da Casa Branca para que a Índia tenha um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). A ampliação do órgão e a entrada do Brasil como integrante permanente é uma das mais antigas demandas da diplomacia brasileira.
Biden desembarcou na 6ª feira (8.set.2023) em Nova Délhi, capital da Índia, para participar da 18ª Cúpula do G20, realizada sábado (9.set) e domingo (10.set). Assim que chegou, se encontrou com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Em declaração conjunta, os 2 falaram em “confiança” e “compreensão mútua”, além da partilha de “valores comuns de liberdade, democracia, direitos humanos, inclusão e pluralismo”. Eis a íntegra da declaração, em inglês (PDF – 89 kB).
“Continuando a partilhar a opinião de que a governança mundial deve ser mais inclusiva e representativa, o presidente Biden reafirmou o seu apoio a um Conselho de Segurança da ONU reformado, com a Índia como integrante permanente”, lê-se na declaração.
“Os líderes sublinharam mais uma vez a necessidade de reforçar e reformar o sistema multilateral, para que ele possa refletir melhor as realidades contemporâneas”, disseram Biden e Modi, acrescentando que estão empenhados em construir “uma agenda abrangente de reformas da ONU”.
A pressão do Brasil por uma reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas é histórica, mas tem se intensificado no 3º governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em maio, por exemplo, o presidente disse que o órgão estava “perdendo legitimidade”. Em evento no Palácio do Itamaraty pelo Dia da África, celebrado em 25 de maio, com a presença de representantes e embaixadores de países africanos, o chefe do Executivo cobrou a presença de países em desenvolvimento no conselho.
“O Conselho de Segurança da ONU tem perdido legitimidade. É preocupante que ele se pronuncie cada vez mais sobre assuntos que dizem respeito a todos, como clima e saúde, sem que grande parte do mundo esteja devidamente representado na sua composição. O Brasil tem lutado para que países em desenvolvimento tenham assento permanente no órgão. Isso inclui, naturalmente, países africanos”, declarou Lula na época.
TECNOLOGIA
A declaração de Biden e Modi citou ainda a parceria dos países na iCET (sigla para Iniciativa de Tecnologia Crítica e Emergente). Os 2 líderes falaram na criação de “um ecossistema aberto, acessível e seguro”.
Os EUA reiteraram os investimentos na Índia no setor de tecnologia e a colaboração na área da energia nuclear, como no “desenvolvimento da próxima geração de pequenos reatores nucleares no modo colaborativo”.
Biden ainda reafirmou “o seu apoio à adesão da Índia ao Grupo de Fornecedores Nucleares”, se comprometendo “a continuar o envolvimento com parceiros que partilham as mesmas ideias para promover este objetivo”.
Os 2 países “reiteraram o seu apoio à construção de cadeias de abastecimento globais de semicondutores” e “reafirmando o seu compromisso de construir cadeias de valor tecnológicas resilientes e de ligar ecossistemas industriais de defesa”.