A primeira-dama Janja Lula da Silva afirmou que as big techs são responsáveis por “muita violência digital” na atualidade. A socióloga disse que a maioria dos ataques e ameaças que recebe é pelas redes sociais, principalmente contra sua honra e exposição de deepfake, técnica que permite mostrar o rosto de uma pessoa em fotos ou vídeos alterados por meio de inteligência artificial.
“Sou o alvo preferido dos bolsonaristas. Isso é fato. Por algum motivo, incomodo. Tive uma conversa com uma diretora da Google (NASDAQ:GOOGL) sobre empreendedorismo feminino. E falei: ‘Sabia que digitando no Google ‘Janja prostituta’ aparecem trocentas fake news?’. Ficaram sem resposta, porque ganham dinheiro com isso. As big techs são responsáveis por muita violência digital. Já fiz denúncias. Tenho três processos na Justiça”, disse em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (5.nov.2023).
Janja disse que, além das ameaças nas redes, precisa lidar com a violência e o machismo do entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Declarou entender, mas não aceitar.
“Do entorno próximo. Não está no meu controle. O que as pessoas pensam e falam não está na minha governabilidade. Eu tento não levar para o lado pessoal e responder com trabalho”, disse a socióloga.
Segundo a primeira-dama, Lula está aberto a uma desconstrução diária de práticas machistas, porém ainda existem desafios. “Não posso exigir de um homem de 78 anos, com toda a bagagem, que vire algumas chaves de uma hora para outra. Não funciona assim com ninguém.”
A socióloga declarou que, vivendo no Palácio da Alvorada, é mais difícil citar exemplos de descontração no seu cotidiano doméstico. “Às vezes, tenho saudade de passar um pano no chão. Antes de ele [Lula] ser eleito, me ajudava a lavar louça, coisa que talvez ele não fizesse antes, mas nunca perguntei”.