O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agradeceu ao presidente argentino Javier Milei (Libertário) pelo “acolhimento” dado a brasileiros indiciados pelos atos do 8 de Janeiro que fugiram para o país vizinho. Cerca de 54 pessoas continuam foragidas na Argentina.
Em pronunciamento durante a abertura da CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora) na Argentina, Bolsonaro disse que “esse ato tão generoso” não será esquecido pelos brasileiros “de bem”.
“Eu agradeço de coração esse acolhimento que você deu para essas pessoas, chefes de família, homens, mulheres, mães, pais, avós, idosos, que estão em seu país […] Esse ato tão generoso, de acolher esses condenados politicamente, esses refugiados que estão aí, nós brasileiros, de bem, não esqueceremos”, disse o ex-chefe do executivo.
Em seu discurso, Bolsonaro elogiou ações de Milei em relação à economia da Argentina, e afirmou que fez ações parecidas em seu mandato no Brasil, mas avaliou que o “importante no nosso meio é a questão da liberdade”.
Quando falou sobre liberdade, Bolsonaro expressou a sua satisfação com a eleição de Donald Trump (Republicano) nos Estados Unidos. Segundo ele, a vitória do republicano faz com que “ares de liberdade, da democracia comecem a soprar mais forte em toda a nossa América do Sul”.
Bolsonaro ainda sugeriu que quando Trump reassumir a Casa Branca, vai conceder anistia aos presos pela invasão ao Capitólio, em janeiro de 2021. Ele comparou a situação com os indiciados pelo 8 de Janeiro, insinuando que os brasileiros que estão presos ou fugitivos poderão receber anistia caso a direita volte ao Palácio do Planalto. Essa possibilidade foi sugerida ao afirmar que o perdão de Trump seria “um recado para o Brasil”.
Foragidos na Argentina
Cinco brasileiros condenados pelo 8 de Janeiro, que estão foragidos na Argentina, já foram presos no país vizinho, segundo a PF (Polícia Federal). A corporação afirma que foram 59 mandados de prisão expedidos até o momento para essas pessoas, mas que 54 continuam foragidos.
Apesar de detidos, não há prazo para que eles sejam trazidos de volta ao Brasil. Isso se dá porque a extradição depende de trâmites argentinos que envolvem a possibilidade de pedidos de refúgio. Leia a cronologia dos desdobramentos do 8 de Janeiro aqui.