O presidente Jair Bolsonaro deve deixar o Brasil nas primeiras horas desta quinta-feira, dia 29, rumo a Orlando, nos Estados Unidos, onde passará a virada do ano, sem participar da cerimônia de posse do presidente eleito e já diplomado Luiz Inácio Lula da Silva. O escalão avançado com a equipe que prepara a chegada de Bolsonaro pousou nesta quarta-feira, dia 28, no Aeroporto Internacional de Orlando (MCO), um indicativo claro de que viagem agendada na semana passada está prestes a ocorrer.
Segundo funcionários do Palácio do Planalto, a equipe precursora costuma chegar ao menos 24 horas antes do presidente em viagens internacionais, a tempo de organizar o esquema de segurança.
O VC-2, um avião Embraer (BVMF:EMBR3) E-190 do Grupo de Transporte Especial da Força Aérea Brasileira (FAB), destinado a deslocamentos presidenciais, aterrissou por volta das 9h30 em Orlando, depois de uma parada técnica em Boa Vista, com assessores e seguranças de Bolsonaro. Eles saíram de Brasília por volta da meia-noite desta quarta-feira, 28.
Antes de viajar, Bolsonaro convocou na tarde desta quarta-feira, dia 28, seus assessores mais próximos para uma reunião de despedida no Palácio da Alvorada. Foram chamados todos os integrantes das equipes ligadas diretamente a seu gabinete no 3º andar do Palácio do Planalto.
Bolsonaro não avisou nem sequer ao vice-presidente Hamilton Mourão da viagem, tampouco que não passaria a faixa a Lula. Assim que Bolsonaro deixar o espaço aéreo brasileiro, nas asas do Airbus (EPA:AIR) presidencial, o VC-1 da FAB, Mourão passa a ser automaticamente o presidente em exercício, sem que tenha havido um único telefonema entre eles. Há dúvidas se ele poderá voltar em jato da FAB.
O vice também já disse que não deseja passar a faixa e que sua função se encerra em 31 de dezembro. Senador eleito pelo Rio Grande do Sul, ele deseja ser uma espécie de líder da direita na oposição a Lula no Congresso.
Como o Estadão mostrou, o presidente foi aconselhado a evitar declarações públicas para que não seja envolvido em processos judiciais contra mobilizações e atos antidemocráticos de seus apoiadores, que pregam um golpe de Estado.