O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a mandar recado para o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 22, durante comício em Manaus (AM). O chefe do Executivo disse que, se for reeleito, vai "fazer valer" o que está escrito na Constituição e, por isso, "tudo vai ser diferente". Quando faz ameaças veladas à Corte, como nos atos de 7 de setembro, Bolsonaro costuma dizer que os magistrados atuam "fora das quatro linhas da Constituição". "Tenho certeza que, com a nossa reeleição, tudo vai ser diferente. Nós vamos fazer valer o que está escrito na nossa Constituição brasileira. Nós temos tudo para sermos uma grande nação", declarou o presidente a apoiadores. "O próximo dia 2 é um divisor entre a ordem e o progresso e a desordem e o vale-tudo para o lado de lá. Nós sabemos o que nós queremos. Vocês sabem o que têm que fazer, e devem se empenhar para eleger pessoas que tenham compromisso de verdade com o futuro do seu País", emendou Bolsonaro.
Em um trio elétrico na Esplanada dos Ministérios durante a celebração do Bicentenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro, Bolsonaro afirmou que levaria de volta para as "quatro linhas" todos que estivessem fora, caso fosse reeleito. Hoje, o presidente repetiu a afirmação de que a população agora sabe "o que é" o STF. O candidato à reeleição também usou o discurso em Manaus para atacar seu principal adversário na corrida eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e para reforçar a pauta de costumes. "Lá atrás, aquele bandido de nove dedos fez campanha para Hugo Chávez na Venezuela e, depois, fez campanha também para Nicolás Maduro", disse o presidente, em referência a Lula. Bolsonaro voltou a associar o petista à ditadura da Nicarágua, que, segundo ele, persegue padres. "Para o lado de lá, eles não respeitam a religião de ninguém. Tanto é verdade que lá na Nicarágua estão prendendo padres e expulsando freiras, e o cara Lula diz que nós não temos que meter o nariz nestas questões", afirmou. Bolsonaro também disse que é contra o aborto, a legalização das drogas e a ideologia de gênero, temas que animam sua militância. "Estamos aqui, muita gente até esbanjando alegria, mas o momento é de extrema responsabilidade. Nós sabemos o que está em jogo no próximo dia 2 de outubro", declarou, ao citar a pauta de costumes. O presidente ainda voltou a afirmar que tem certeza de que vai vencer a eleição no primeiro turno, embora as pesquisas de intenção de voto não apontem essa possibilidade.