Por Eduardo Simões e Flavia Marreiro
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o tema da corrupção contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro bloco do debate realizado em pool por Band TV, TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo, e o petista respondeu acusando o candidato à reeleição de usar "números mentirosos" e elencou realizações de seus oito anos no governo.
"Presidente Lula você quer voltar ao poder para fazer a mesma coisa na Petrobras?", perguntou Bolsonaro, após citar números sobre a dívida da estatal de petróleo na era petista.
Lula rebateu acusando Bolsonaro de mentir.
"Citar números que são mentirosos também não vale a pena na televisão", disse.
Em sua tréplica, Bolsonaro manteve a ofensiva e disse que o governo Lula foi marcado pela "cleptocracia" e que o petista comandou "o governo mais corrupto da história do Brasil".
O petista, na tréplica, citou uma série de feitos de seu governo, como investimentos na educação e dados sobre inclusão social e emendou: "esse país é o país que o presidente está destruindo".
Além do embate com Lula, Bolsonaro também duelou com a candidata do MDB, Simone Tebet, que o acusou de não respeitar a democracia, a independência entre os Poderes e a imprensa livre.
O presidente rebateu, afirmando ter indicado um ministério técnico, o que desagradou interesses, segundo ele, de partidos como o MDB.
"Eu abalei a harmonia onde todos eram amiguinhos e davam uma banana para o povo brasileiro", afirmou Bolsonaro, que criticou o que chamou de ativismo de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal que querem a todo preço interferir no Executivo", acusou Bolsonaro, que ataca constantemente ministros do Supremo como Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, ex-presidentes da corte eleitoral.
O presidente também respondeu uma pergunta de Ciro Gomes (PDT), que o indagou sobre sua declaração de que não há fome no Brasil e disse que "qualquer pessoa que não tenha trocado o coração por uma pedra sabe que há fome no Brasil".
Bolsonaro rebateu, afirmando que seu governo saiu em socorro dos vulneráveis e aproveitou para repetir a promessa de manutenção do valor do Auxílio Brasil em pelo menos 600 reais --previsto no momento somente até o final deste ano-- a partir de 2023.
"Já está garantido com a equipe econômica que esse valor será permanente no ano que vem", disse Bolsonaro.