SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Jair Bolsonaro parabenizou o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, após sua reivindicação de vitória na eleição norte-americana, e pediu que o Brasil siga o mesmo caminho.
Em longo texto publicado no X nesta quarta-feira, Bolsonaro chamou Trump de "amigo", disse que a vitória do republicano, ainda não confirmada oficialmente, foi "épica".
Trump liderava a vice-presidente democrata, Kamala Harris, por 266 a 219 votos no Colégio Eleitoral, depois de conquistar Estados cruciais, como a Geórgia e a Pensilvânia, com base em projeções da Edison Research. São necessários 270 votos eleitorais para ganhar a Presidência.
"Hoje, testemunhamos o ressurgimento de um verdadeiro guerreiro. Um homem que, mesmo após enfrentar um processo eleitoral brutal em 2020 e uma injustificável perseguição judicial, ergueu-se novamente, como poucos na história foram capazes de fazer", escreveu Bolsonaro.
"Este triunfo é histórico, um marco que reacende a chama da liberdade, da soberania e da autêntica democracia. Esta vitória encontrará eco em todos os cantos do mundo, impulsionando não apenas os Estados Unidos, mas também o fortalecimento da direita e dos conservadores em muitos outros países. Que a vitória de Trump inspire o Brasil a seguir o mesmo caminho."
Bolsonaro, que foi derrotado pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua tentativa de reeleição em 2022, também afirmou que "talvez" tenha a mesma oportunidade de Trump.
"Talvez em breve Deus também nos conceda a chance de concluir nossa missão com dignidade e nos devolva tudo o que foi tirado de nós. Talvez tenhamos uma nova oportunidade de restaurar o Brasil como uma terra de liberdade, onde o povo é senhor de seu próprio destino. Até lá, seguiremos firmes, de pé, cada um de nós, pelo sonho de um Brasil forte, livre e fiel aos seus valores mais elevados", escreveu.
Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral pela reunião que fez com embaixadores quando ainda era presidente para falsamente apontar irregularidades no sistema eletrônico de votação brasileiro. Caso essa decisão não seja revertida, ele não poderá concorrer na eleição presidencial de 2026.
No entanto, o ex-presidente e aliados têm buscado aprovar um projeto de anistia no Congresso e Bolsonaro tem repetido que será o candidato da direita em 2026.
(Por Eduardo Simões)