O Brasil enviou um texto propositivo sobre o conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas para os outros 14 países integrantes do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). No documento, o país fala em “contundente condenação dos ataques terroristas do Hamas” em 7 de outubro, segundo informações do jornal O Globo.
O texto brasileiro, conhecido na ONU como projeto de resolução, pede:
- o cessar-fogo entre Israel e Hamas;
- a liberação dos reféns; e
- defende que Israel e a Palestina permitam ações humanitárias nas regiões de conflito.
No decorrer da semana, a proposta deve receber pedidos de emendas de outros integrantes do Conselho de Segurança. A negociação para aprovação do projeto irá durar algumas semanas. Nos bastidores do Itamaraty, a avaliação é de que o texto marca uma mudança no posicionamento do Brasil, que relutava em chamar o Hamas de “terrorista”.
Em 7 de outubro, dia do ataque do Hamas a um festival em Israel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ter ficado chocado com a situação, mas relativizou a ação do grupo extremista ao escrever sua mensagem na rede social X (antigo Twitter). Em tom adversativo, ele defendeu ser necessário trabalhar por um “Estado Palestino economicamente viável” e “dentro de fronteiras seguras”.
Políticos de oposição fizeram críticas a Lula por não mencionar o grupo extremista e relativizar o ataque. O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota para dizer porque o governo brasileiro não classifica o Hamas como “terrorista”.
Apenas em 11 de outubro, Lula citou o Hamas ao mencionar o sequestro de mais de 100 pessoas desde sábado. “É preciso que o Hamas liberte as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias”, escreveu o petista nas redes sociais.
A Rússia, integrante permanente do Conselho de Segurança, possui um projeto de resolução alternativo. O texto foi elaborado sem consultar outros países, o que dificulta uma aprovação pelos outros 14.
Para ser aprovada, a proposta de resolução precisa de 9 votos.
ENTENDA
Entenda a guerra no Oriente Médio:
- o Hamas atacou Israel em 7 de outubro e reivindicou a autoria da ação;
- Benjamin Netanyahu declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo
- Israel respondeu com bombardeios Faixa de Gaza e um cerco à região;
- o Hamas ameaça matar reféns em retaliação à resposta militar israelense;
- EUA e países europeus pediram que outros países fiquem de fora da guerra;
- Irã disse não ter relação com os ataques;
- Lula chamou os ataques de “terrorismo”, mas relativizou episódio;
- governo já repatriou 916 brasileiros na operação Voltando em Paz;
- 3 brasileiros morreram: Ranani Glazer, Bruna Valeanu e Karla Mendes;
- ANÁLISE – Conflito é entre Irã e Israel e potencial de escalada é incerto;
- OPINIÃO – Relação Hamas-Irã é obstáculo para a paz, escreve Claudio Lottenberg;
- ENTENDA – saiba o que é o Hamas e o histórico do conflito com Israel;
- VÍDEOS – veja imagens da guerra na playlist especial do Poder360 no YouTube.
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