O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), Paulo Pimenta, disse nesta 3ª feira (17.out.2023) que o Brasil insistirá na criação de um corredor humanitário na Faixa de Gaza. Segundo ele, os últimos bombardeios na região deixam a situação mais delicada e grave, mas o governo ainda tem a expectativa de conseguir retirar as famílias brasileiras do local do conflito.
“Esses bombardeios, todos eles, vão criando uma situação cada vez mais delicada, uma situação cada vez mais grave, nós temos a expectativa do Conselho de Segurança da ONU. Vamos insistir na ideia do corredor humanitário, tanto para a saída de estrangeiros e estrangeiras, como também para garantir a entrada de ajuda humanitária”, declarou o ministro a jornalistas.
O hospital de al-Ahli na cidade de Gaza foi bombardeado nesta 3ª feira. O Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas, afirmou que ao menos 500 pessoas morreram ou se feriram na explosão.
O Hamas declarou em nota que o ataque é um crime de “genocídio” e “revela o lado feio do inimigo e seu governo fascista e terrorista”. Afirmou ainda que a explosão à unidade de saúde “expõe o apoio norte-americano e ocidental a esta ocupação criminosa”. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, declarou luto de 3 dias.
Pimenta também disse esperar que a ONU (Organização das Nações Unidas) possa adotar medidas sobre o conflito. O Brasil preside o Conselho de Segurança da entidade e preparou uma proposta para a guerra entre Israel e Hamas.
Entre os principais pontos do texto estão a condenação dos “ataques terroristas atrozes do Hamas” contra Israel, um apelo para a liberação dos reféns, a permissão para ações humanitárias e a revogação da ordem de retirada de civis do norte de Gaza. Leia a íntegra aqui.
Na noite de 2ª (16.out), a proposta da Rússia foi rejeitada no órgão. Teve 5 votos a favor, 4 contra (sendo 3 vetos de EUA, França e Reino Unido) e 6 abstenções, incluindo o Brasil. O documento pedia um cessar-fogo humanitário e condenava os ataques, mas sem citar o grupo extremista Hamas.
Para ser aprovada, a resolução precisa de pelo menos 9 dos 15 votos dos países-membros e não pode ser vetada pelos integrantes permanentes do conselho. São eles: Reino Unido, China, França, Rússia e Estados Unidos.
“Nós estamos trabalhando a partir dessa proposta que não foi aprovada, ouvindo todos os países que compõem o Conselho de Segurança, principalmente os países que têm poder de veto, para tentar construir um texto de entendimento. E a minha expectativa é que a gente possa ter êxito, estou torcendo para isso e acredito que nós podemos ter sucesso nessa tarefa que o Brasil hoje tem a responsabilidade e coordenar”, afirmou o ministro.