Apesar de Javier Milei ter vencido as primárias das eleições presidenciais da Argentina, a ex-ministra da Segurança do país, Patricia Bullrich, que também concorre no pleito, minimizou o potencial do rival no pleito. Para ela, o kirchnerismo do ministro da Economia, Sergio Massa, deve ser seu principal alvo de campanha.
Além de ter vencido as primárias, realizadas em 13 de agosto, com 30,4% dos votos, contra 21,4% de Massa e 17% de Bullrich, Milei lidera as pesquisas de intenções de voto. Registra percentuais que variam de 31,1% a 35% da preferência do eleitorado.
Bullrich interpreta que Massa “usa” Milei com um suposto pacto entre ambos, rechaçado pela candidata. Ela afirmou que o kirchnerismo está tentando se infiltrar no movimento do deputado para “sobreviver” no poder.
“O peronismo sempre agiu da mesma forma. Quando veem que há algo que pode competir com eles, compram, colocam dentro, oferecem o que não têm”, argumentou a jornalistas na 5ª feira (21.set.2023).
As suspeitas de um pacto vieram à tona com o apoio de Milei às mudanças tributárias promovidas pelo ministro da Economia às vésperas das eleições, marcadas para 22 de outubro.
“Parece-me mais uma ingenuidade de Milei do que um pacto feito nas sombras”, disse Bullrich em entrevista anterior à Rádio Rivadavia.
“A desordem que o Kirchnerismo gerou quebrou a sociedade. É aí que temos que apontar a mudança. Depois, alguns querem mudar [essa desordem] com uma pessoa [Milei] que, do nosso ponto de vista, não tem atributos para isso”, concluiu Bullrich aos jornalistas, na 5ª feira (21.set).
A ex-ministra ainda descreveu Milei como “irresponsável” por ter apoiado Massa. “Se você votar pela redução de impostos, sem reduzir gastos, você está dando a Massa uma ferramenta política. Você está no poço e pega a pá [para continuar cavando].”