A UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) se pronunciou em nota enviada ao Poder360 sobre o caso da dança erótica realizada em cima da mesa de uma sala de aula da universidade em Vitória da Conquista pela cantora Tertuliana Lustosa, do grupo artístico “A Travestis”. O local disse esperar que, cada vez mais, seja possível “contar com a ação de instituições que não condenem pessoas à invisibilidade em função de suas ‘dissidências sexuais’ e nem façam de tais ‘dissidências’ motivo para ataques, agressões e interdições”. Eis a íntegra do posicionamento da UESB (PDF – 26 KB).
A instituição afirmou que a cantora “tem todo o direito de se fazer presente em uma universidade pública e tem todo o direito de submeter uma proposta de apresentação de trabalho acadêmico ou de performance artística para avaliação da comissão de organização de qualquer evento acadêmico/científico no país”.
“Os questionamentos quanto à conveniência ou inconveniência das palavras e da performance que marcaram a apresentação somente podem ser avaliados se conhecidos os objetivos do trabalho e devem levar em conta os efeitos que tal apresentação visava provocar no seu público –para o qual a apresentação foi produzida”, escreveu a UESB.
A cantora Tertuliana Lustosa, do grupo artístico “A Travestis”, fez uma apresentação de dança erótica em cima da mesa de uma sala de aula na UESB, em Vitória da Conquista.
A performance foi realizada durante o seminário “Desfazendo gênero: conferências, mesas redondas, simpósios temáticos, mostras artísticas e muito mais”, realizado de 10 a 14 de novembro.
Em vídeo que circula nas redes sociais, Lustosa aparece dançando ao som de música com ritmo de funk e letra com teor adulto. “Pede para o maloca dar murro na sua costela. É só uma brincadeira, diga ao pai ‘machuca ela’. Chama a travestis, que vai dar babado, chama o Elipe, que vai dar babado. Vai, maceta esse novinho do prêmio bumbum bolado. Para na posição, chacoalha o rabo. Murro, murro, murro, na costela do viado”, diz a música.
Assista (56s):
Depois de ser criticada, a cantora usou suas redes sociais para defender a dança. “Apresentei a música, que é o meu maior hit. Isso gerou uma revolta dos conservadores da internet”, afirmou Tertuliana, em referência à música “Murro Na Costela do Viado”, de sua autoria.
“Por que a música e a dança não podem também nos educar? Eu estava ali diante de uma série de adultos. Todo mundo na universidade. O pessoal ainda cantou comigo”, declarou.
“Que toda essa discussão inflamada abra portas para novas possibilidades de metodologias pedagógicas, onde possamos, sim, dançar e executar ações de prazer como modo efetivo de aprender. Aprender não precisa doer e o nosso corpo não é proibido”, escreveu a cantora em rede social.
Assista (4min7s):