O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, disse que está fazendo um esforço para coletar dados e informações para apresentar o "maior raio X possível" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a conduta do GSI em relação aos atos golpistas de 8 de janeiro.
Cappelli falou com jornalistas após se reunir com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo da reunião, solicitada por Moraes, foi "afinar encaminhamentos", segundo Cappelli.
Na última quinta-feira, 20, Moraes intimou Capelli para identificar em até 24 horas todos os servidores civis e militares que aparecem nas imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto - determinação que já foi atendida. Na semana passada, a revelação de um vídeo mostrando Gonçalves Dias circulando entre golpistas durante a invasão do local levou GDias a pedir demissão no mesmo dia.
Moraes também determinou a retirada do sigilo das imagens. O material revelado mostrou agentes do GSI cumprimentando invasores e até tentativa de arrombamento de caixa eletrônico. Cappelli reforçou que sua equipe está apurando a conduta de todos os agentes que apareceram nas imagens e que os servidores responderão por desvio funcional.
Cappelli afirmou que "há determinação do presidente" para acelerar a atualização dos quadros funcionais do GSI. Desde a posse de Lula, 35% do quadro de funcionários do órgão foi trocado, de acordo com o ministro interino. "É absolutamente natural e a gente vai acelerar esse processo", reforçou.
O ministro interino do GSI disse que o esforço para coletar dados incluiu conversas com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o senador Jaques Wagner (PT-BA), o ministro da Defesa, José Múcio, e ex-ocupantes do cargo, como Raul Jungmann e Aldo Rebelo.