O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) criticou na 5ª feira (6.out) políticos da direita que estariam se aproveitando da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ganhar destaque nacional. Sem citar nomes, o vereador disse que ninguém “muda de uma hora para a outra” e que a ação denota “interesses”.
“O que aparece são algumas pessoas querendo usar a atual inelegibilidade do presidente Bolsonaro para se colocar na liderança com o discurso de atacar o outro. Eu acho isso baixo. […] Vejo partidos fazendo isso, movimentos fazendo isso. Infelizmente, acontece ainda, mas cabe ao eleitor identificar e saber”, afirmou Carlos em entrevista ao podcast Pod Atualizar.
A declaração é feita depois de críticas públicas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e ao PL, partido de Valdemar Costa Neto. Em 27 de setembro, Carlos chamou Zema de “insosso e malandro com uma colocação ardilosa digna de João Doria”. Já em relação ao partido do pai, o vereador afirmou, no último sábado (30.set), que a sigla é “nitidamente de fachada”.
Carlos sempre foi responsável pela estratégia de Bolsonaro nas redes sociais. Nas eleições de 2022, ele pediu licença não remunerada da Câmara Municipal do Rio até a véspera do 1º turno, em 2 de outubro. O vereador prefere trabalhar de forma independente da equipe central e já criticou publicamente integrantes do PL.
No podcast, o vereador disse que não costuma dar entrevistas porque sente que tem mais a contribuir “no backstage” do que aparecendo publicamente.
Também declarou que está sempre mexendo no aparelho celular para monitorar as redes sociais e ironizou o termo “gabinete do ódio”, forma com que críticos de Bolsonaro costumavam chamar a cúpula responsável pelas mídias do ex-presidente.
“Não posso desgrudar do celular por 10, 20 segundos. Não existe esse negócio de gabinete, disso ou daquilo. É simplesmente algo que, às vezes, te sufoca, mas é gratificante porque vemos um resultado nisso tudo”, disse Carlos.
Sobre o inquérito das fake news, que apura ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal) e a ministros da Corte, Carlos disse que a análise do caso se prolonga sem resultados concretos. A investigação foi aberta de ofício (iniciativa própria) pelo então presidente do STF, ministro Dias Toffoli, em março de 2019.
“Esse inquérito das fake news, o inquérito do fim do mundo, que vai se transformando ao longo do tempo, se prolongado sem chegar a lugar nenhum, sem provar nada. O tempo inteiro nos acusando do que a gente vê que eles fazem, se contradizem, mentem o tempo inteiro. Nos acusam de fazer sem apresentar prova”, disse.
Sem dar detalhes, Carlos disse que teve seu pedido de renovação de porte de arma negado nos últimos meses e que sofre frequentes ameaças no período. “Questão de 2 meses atrás, meu gabinete foi depredado. Ninguém foi preso, mas a pessoa que jogou pedras era do PT”, declarou o vereador.