Um dia antes do 50º aniversário da ditadura do Chile, milhares de pessoas marcharam, neste domingo (10.set.2023), no centro da cidade em memória das vítimas do regime de Augusto Pinochet, que teve início em 11 de setembro de 1973.
A marcha, que até a passagem pelo Palácio de la Moneda estava pacífica, foi interrompida por 1 grupo de encapuzados que começaram um tumulto. O grupo, com cerca de 50 pessoas vestidas de preto, atirou pedras em direção ao edifício.
Segundo a agência Associated Press, também foram atirados sinalizadores, cercas de segurança foram destruídas e alguns comércios locais foram saqueados e destruídos. A polícia respondeu com canhões de água.
Depois do ocorrido, o subsecretário do Interior, Manuel Monsalve, disse em entrevista a jornalistas que “rechaça de forma categórica os atos de violência no Palácio da Moeda” e que aqueles que agem com violência, são “inimigos do governo”.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, igualmente desaprovou os atos violentos na marcha. “A intolerância e a violência não devem ter lugar na democracia e aqueles que participaram destes atos devem enfrentar a lei e o Estado de direito”, afirmou.
Antes dos incidentes começarem, ele estava entre os manifestantes que, pacificamente, caminhavam até o Cemitério Geral, onde normalmente são realizadas homenagens aos desaparecidos na ditadura.
“Participei orgulhosamente com eles [manifestantes] porque estou convencido de que graças à sua luta incansável pela verdade e pela justiça é que hoje estamos aqui”, disse Boric no X (ex-Twitter).
Ele também afirmou que o Chile “deve muito” às pessoas que se manifestam em memória do regime militar, muitos deles familiares de “desaparecidos e torturados”, e que esse é o “significado do Plano Nacional de Busca” – projeto lançado durante o mandato de Boric para encontrar desaparecidos políticos.
Por conta de sua participação, Boric está sendo questionado por grupos como o Team Patriota. “Marchas violentas de esquerda com militares devem ser proibidas de uma vez por todas”, afirma.