O presidente da China, Xi Jinping, disse nesta 4ª feira (25.out.2023) que o país está disposto a “gerir as diferenças” e cooperar com os Estados Unidos. Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, Pequim considera que a colaboração possa contribuir para o progresso mútuo.
As declarações de Xi foram feitas no jantar anual do Comitê Nacional de Relações EUA-China. O presidente chinês afirmou que o fato de China e EUA conseguirem encontrar um caminho “correto de interações” pode contribuir para a paz e o desenvolvimento mundiais.
Xi afirmou que “a China está disposta a trabalhar com os EUA” com base em 3 princípios: “respeito mútuo, coexistência pacífica e relação em que todos os lados ganham”.
Segundo o presidente chinês, essa parceria seria para “promover a cooperação mutuamente benéfica, gerir adequadamente as diferenças e fazer esforços conjuntos para enfrentar os desafios globais, contribuir para o progresso de cada um [dos países] e impulsionar a prosperidade comum”.
A relação entre China e EUA enfrenta um momento de maior tensão desde meados do ano passado, com a visita da então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan. Foi a 1ª de um representante da Câmara dos EUA à região em 25 anos. Durante sua passagem pela ilha, Pelosi disse que os norte-americanos “não abandonarão” Taiwan.
A ilha é governada de forma independente desde o fim de uma guerra civil em 1949. A China, no entanto, considera a Taiwan como parte do seu território, na forma de uma província dissidente.
Em fevereiro deste ano, um balão chinês sobrevoou os Estados Unidos. Havia suspeita de que o item tenha sido usado para espionagem. Investigações do FBI (Federal Bureau of Investigation) sustentam a conclusão. Entretanto, segundo as agência norte-americana, não se pôde concluir que os dados coletados tenham sido enviados à China.
Em um caso mais recente de tensão, o Ministério das Relações Exteriores da China disse, em 30 de setembro, que os EUA são o “verdadeiro império das mentiras” depois da divulgação de um relatório do governo norte-americano que acusa Pequim de investir em desinformação.
O documento, publicado pelo Departamento de Defesa dos EUA em 28 de setembro, afirma que o governo chinês “manipula os meios de comunicação através da censura, recolha de dados e compras secretas de meios de comunicação estrangeiros”. Eis a íntegra do relatório (PDF – 303 kB, em inglês).