O senador Ciro Nogueira, presidente do PP (Partido Progressistas) e ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que votará a favor de uma eventual indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta 6ª feira (6.out.2023), o congressista disse que é direito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicar quem ele desejar para a Suprema Corte.
“Eu não discuto nomes, é um direito do presidente escolher. Eu gostaria muito que o Lula não indicasse ninguém. Preferia que o Bolsonaro estivesse indicando. Mas, como ele foi eleito, foi a população que deu esse direito a ele. […] Não tem porque eu não votar a favor de um nome, seja qualquer nome, se ele cumprir o requisito. É um direito do presidente”, declarou o senador.
Ciro ainda falou sobre a indicação de André Fufuca (PP-MA), seu correligionário, ao Ministério de Esportes. Segundo o presidente da legenda, a entrada do deputado federal na Esplanada não transforma o PP em base de apoio nem significa qualquer movimento de aproximação particular com Lula.
“Eu ficarei os quatro anos na oposição, sem conversar com o presidente Lula. Tenho todo respeito e carinho pelo Lula e sei que ele tem por mim. Eu não vou conversar. Posso conversar no dia seguinte que ele sair da Presidência”, disse.
Para o senador, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deveria diminuir o “ímpeto de ajudar tanto o governo“. Ciro avalia que Lula está “completamente dependente” do líder da Câmara, mas que Lira precisa ser menos voluntarioso.
“Olha, eu não gostaria que isso ocorresse [a aproximação de Lula e Lira], mas o Lira transcende o meu partido. Ele foi eleito praticamente por todos os deputados, tanto de situação como de oposição, e eu tenho de respeitar isso. Mas eu acho que ele deveria deixar esse ímpeto de ajudar tanto o governo. Acho que ele deveria ajudar nos projetos de interesse do país. Ele é muito voluntarioso, correto. Ele gosta do presidente Lula”, declarou o senador.
Ciro também comentou a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. Disse que a Lava-Jato já deixou claro que o mecanismo não ajuda nas investigações e que nunca tratou sobre qualquer trama golpista com o ex-presidente da República.
“A delação do Cid não tem a menor credibilidade. Delação de pessoa presa […] Chegar para uma pessoa e dizer: ‘Olha, você só vai sair daqui se falar alguma coisa’. Meu amigo, ele fala do Saci-pererê à Carochinha, porque é a única forma de ele sair da cadeia”, disse.