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Conservadores podem deixar o poder no Reino Unido pós-Brexit

Publicado 28.01.2024, 06:00
Conservadores podem deixar o poder no Reino Unido pós-Brexit

A saída definitiva do Reino Unido da União Europeia completa 4 anos na 4ª feira (31.jan.2024). Desde o plebiscito, realizado em junho de 2016, até a ratificação, em janeiro de 2020, a turbulência tomou conta do partido Conservador, que governa o país desde 2010. Foram 5 primeiros-ministros desde a votação, sendo 3 no período pós-Brexit.

As constantes mudanças na liderança do partido governista pode refletir no resultado das eleições deste ano. As pesquisas de opinião apontam o partido Trabalhista como favorito para o pleito deste ano, marcado para o 2º semestre. Será a 1ª eleição parlamentar britânica desde a saída da UE.

Os tories –como são conhecidos os integrantes do partido Conservador– estão no poder há 14 anos, mas a rotatividade no poder tem sido grande. David Cameron, premiê que levou a sigla de volta à Downing Street pela 1ª vez em 13 anos, renunciou ao cargo em 2016 por discordar do Brexit, então aprovado em plebiscito.

Theresa May o substituiu com o dever de aprovar o divórcio com a União Europeia no Parlamento. Não conseguiu. Deixou o governo 3 anos depois, em 2019, por causa do fracasso. Boris Johnson assumiu e conseguiu um acordo em Westminster, mas um escândalo relacionado à covid-19 o forçou a renunciar em 2022.

Pós-Jonhon, Liz Truss foi eleita, mas um desastroso plano econômico levou à sua queda menos de 50 dias depois de tomar posse. O atual premiê, Rishi Sunak, pode ter o mesmo destino, mas nas urnas. O primeiro-ministro é desaprovado por 64% da população, de acordo com uma pesquisa do YouGov divulgada no começo de 2024.

Apesar das mudanças na liderança, o professor de ciência política da UnB (Universidade de Brasília) Adrián Albala avalia que o episódio é, sobretudo, um caso de instabilidade governamental. “Isso mostrou uma certa inconsistência e chama atenção do eleitorado em relação à seriedade do partido”, afirmou ao Poder360.

“De certa forma, o Partido Conservador tem se mostrado inconsistente e pouco preparado para os grandes problemas que o mundo está enfrentando e o Reino Unido, em particular”, disse.

Os principais índices econômicos do Reino Unido também sofreram impacto desde a efetivação do Brexit. A inflação, que não costumava passar de 2% ao ano, começou a subir em abril de 2021 e atingiu o pico de 11,1% em outubro de 2022. A taxa de desemprego, normalmente entre 3% e 4%, atingiu o recorde de 5,1% em dezembro de 2020. Já a taxa de juros, que não chegava a 1%, começou a subir em dezembro de 2021, 1 ano depois do fim do período de transição do Brexit. Hoje a taxa está em 5,25%, a mais alta em 15 anos.

“Certamente, a saída do Reino Unido da União Europeia teve um impacto negativo nos índices econômicos do país. A inflação elevada, o aumento da taxa de desemprego e a alta dos juros são reflexos das incertezas e das mudanças nas relações comerciais e regulatórias que o Brexit implicou”, disse Thomas Ferdinand Heye, professor do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense), ao Poder360.

As novas eleições do Reino Unido serão realizadas na 2ª metade de 2024, ainda sem data certa. Uma pesquisa divulgada pelo YouGov em 24 de janeiro mostrou que o Partido Conservador tem somente 20% das intenções de voto, contra 47% do Trabalhista.

Outro levantamento da mesma empresa indicou que os trabalhistas podem conquistar 385 das 650 cadeiras do Parlamento e voltar ao poder, com ampla maioria, depois de 14 anos. Os conservadores, por outro lado, teriam somente 169 assentos, contra os 365 conquistados em 2019. Caso o resultado se concretize, será o pior desempenho dos conservadores desde 1997, quando John Major perdeu a eleição para Tony Blair.

“Acredito que Rishi Sunak, enfrentando baixos índices de aprovação, possa impactar nas perspectivas eleitorais do Partido Conservador”, afirmou Heye. “Sem dúvida a situação atual pode ser uma vantagem para o Partido Trabalhista se souberem capitalizar as incertezas geradas pelas recentes trocas de liderança no governo”, disse.

Por outro lado, Albala avalia que um eventual novo governo dos trabalhistas, atualmente liderados por Keir Starmer, não seria tão à esquerda como se comandado por Jeremy Corbyn, que liderou o partido de 2015 a 2020.

“Mesmo que estejamos tão perto das eleições, seria um pouco arriscado descartar completamente uma reviravolta do partido Conservador. Agora, uma volta do partido Trabalhista seria para se tomar com cautela. O atual líder não é o Corbyn, que tinha um discurso bem mais a esquerda. Ele é um tipo de Tony Blair, inclusive um pouco mais direitista. Ou seja, seria um governo mais centrista”, afirmou.

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