“Cumpri a minha pena, eles não querem cumprir a deles”, diz Dirceu

Publicado 19.09.2025, 09:27
© Reuters.  “Cumpri a minha pena, eles não querem cumprir a deles”, diz Dirceu

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT), 79 anos, afirmou que há uma “grande diferença” entre o indulto que o beneficiou em 2016 e a anistia que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado, defendem na Câmara.

“Eu cumpri a pena. Essa é a grande diferença. Para você receber indulto, você tem de ter cumprido a lei. E mais, no meu caso, houve uma ilegalidade por ter sido mantido o regime fechado por 7 meses e 15 dias. Estava condenado ao regime semiaberto. Eu cumpri o fechado, o semiaberto e o aberto”, declarou o petista ao jornal O Globo, em entrevista publicada nesta 6ª feira (19.set.2025).

Dirceu estava preso preventivamente pela operação Lava-Jato quando recebeu o perdão da pena relativa à condenação no caso do Mensalão. Ele foi condenado no Mensalão (Ação Penal 470) por corrupção ativa à pena de 7 anos e 11 meses de reclusão, em regime inicial semiaberto. O pedido da defesa pela extinção da pena, acatado pelo ministro Roberto Barroso (hoje presidente do Supremo) em 2016, baseou-se no indulto concedido pela então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2015.

“Eu teria de ter sido indultado em março de 2016, mas só fui em novembro. Estava pendente de uma decisão se era réu primário ou não. Como era primário, fui indultado. Também cumpri a pena na Lava Jato, apesar de ela ter sido anulada. Foram 40 meses de regime fechado, 1 ano de tornozeleira sem sair de casa […] De 2013 a 2019, fiquei só 1 ano em liberdade”, afirmou Dirceu.

O ex-presidente do PT declarou ainda que “eles não querem cumprir a pena. Querem assaltar o poder do país, destruir as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, fazer um plano para assassinar o presidente, o vice [Geraldo Alckmin, do PSB] e o ministro do Supremo [Alexandre de Moraes], e querem ficar impunes”.

Dirceu, que pretende candidatar-se a deputado federal em 2026, voltou a dizer que o projeto da anistia que tramita na Câmara dos Deputados tem como objetivo manter Bolsonaro inelegível e liberar o caminho para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seja o candidato da direita.

“Ao se colocar antes [como candidato], Tarcísio de Freitas abriu um confronto com a família Bolsonaro e com a base bolsonarista. O Tarcísio não é líder, não tem voto. A base bolsonarista que dá voto para ele. Eles querem dar anistia para o Bolsonaro continuar inelegível e o Tarcísio ser o candidato deles”, declarou.

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