A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que houve redução de 42% nos índices de desmatamento na Amazônia no período de janeiro a julho deste ano e, portanto, esse argumento não poderia mais ser usado pela União Europeia para adiar a assinatura do acordo comercial com o Mercosul.
“Aqueles que não quiserem assinar o acordo comercial do Mercosul com a União Europeia devem arrumar outra desculpa, porque o desmatamento está caindo”, declarou a ministra durante audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados na tarde desta 3ª feira (21.nov.2023).
Marina foi convocada pelos congressistas da comissão para dar esclarecimentos sobre medidas que supostamente estariam prejudicando a agropecuária do país. O requerimento foi apresentado pelos deputados Rodolfo Nogueira (PL-MT) e Zé Vitor (PL-MG).
Na última 2ª feira (20.nov), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para acelerar a conclusão do acordo Mercosul-União Europeia.
Segundo apurou o Poder360, o contato serve como um impulso final nas negociações, que estariam perto de ser finalizadas. A conversa durou cerca de meia hora e “deu seguimento à reunião que mantiveram na Cúpula do G20, em Nova Delhi” sobre o tema.
INCÊNDIO NO PANTANAL
Marina Silva também falou sobre os incêndios que atingem o Pantanal. Ela disse que o governo não tem medido esforços para controlar o fogo que atinge o bioma.
“Aumentamos o número de brigadistas no Ibama em 17%, no ICMBio em 5%, e trabalhamos muito para treinar essas pessoas. Não só aqueles que estão efetivos no quadro, mas aqueles que podem ser convocados”, declarou.
A ministra afirmou que o controle do fogo é uma “operação de guerra” e que foram identificados “problemas de incêndio” em decorrência do fenômeno climático El Niño em 9 Estados do país.
De janeiro a novembro, o fogo no Pantanal já queimou mais de 1 milhão de hectares na região, segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
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O número é 3 vezes superior ao que foi registrado em 2022, quando 316.650 hectares de área do Pantanal foram devastados pelo fogo. Só em novembro, foram registrados 2.387 focos de incêndio no bioma até 3ª feira (14.nov.2023).
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Segundo o programa Queimadas, do Inpe, o recorde de focos de incêndio no Pantanal foi em 2020, com 22.100. Em 2023, até 16 de novembro, foram 5.000.
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Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram os focos de incêndio e os estragos deixados no bioma e na fauna. Assista: