Garanta 40% de desconto
💎 WSM subiu +52.1% desde que foi selecionada por nossa estratégia de IA em dezembro. Acesse todas as açõesAssine agora

Desmontagem de acampamento gera conflito de versões entre DF e Exército

Publicado 16.01.2023, 14:00
Atualizado 16.01.2023, 17:11
© Reuters Desmontagem de acampamento gera conflito de versões entre DF e Exército

© Reuters Desmontagem de acampamento gera conflito de versões entre DF e Exército

A desmontagem de acampamento de bolsonaristas em Brasília e a prisão dos extremistas gerou um novo conflito de versões entre o governo e a Polícia Militar do Distrito Federal de um lado e o Exército do outro. No centro agora da polêmica estaria a resistência em acabar de uma vez com o local na noite do domingo, dia 8 - horas depois da invasão da sede dos três Poderes - e prender os radicais que teriam se refugiado na frente do Quartel-General da Força Terrestre, no Setor Militar Urbano (SMU).

Na sexta-feira passada, o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse em depoimento que o Comando do Exército não havia permitido que o acampamento fosse desmontado no dia 29 de dezembro, antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Agora foi a vez do ex-comandante da PM do DF Fábio Augusto Vieira afirmar, em depoimento à Polícia Federal, que a Força se negou a permitir que a tropa de choque da PM entrasse no acampamento para deter os vândalos na noite do dia 8.

O coronel afirmou que, em meio ao início das ações golpistas, o Exército "já estava mobilizado para não permitir" a entrada da PM no SMU, onde estava localizado o acampamento de bolsonaristas.

De fato, naquela noite, o Exército posicionou sua Tropa de Choque e três blindados, cercando a praça na frente do QG. O jornal O Estado de S. Paulo esteve no local e verificou que a ordem então era que ninguém podia entrar no acampamento, só sair.

Naquele momento se desenvolvia uma reunião da qual participavam os ministros Flávio Dino (Justiça), Rui Costa (Casa Civil) e José Múcio (Defesa) com os comandantes do Exército, Julio Cesar Arruda e do Planalto, Gustavo Henrique Dutra Menezes.

Na versão dos militares, eles estavam havia um mês desocupando paulatinamente o acampamento por meio de um estrangulamento. Imagens feitas com drones pela inteligência militar confirmariam a ação. Antes do fim do dia 7, o total de acampados havia caído para cerca de 200.

O número aumentou novamente coma chegada de caravanas de extremistas a Brasília. Na reunião com os ministros, os generais afirmaram que fariam a desocupação do terreno na manhã de segunda-feira.

De acordo com a versão dos militares, a ordem de prisão emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, só foi expedida depois do término da reunião.

A ordem, portanto, de quem ninguém entraria na área do acampamento à noite tinha por objetivo impedir os riscos de uma operação noturna em um ambiente com mulheres, crianças e idosos e não impedir o cumprimento da ordem judicial do STF.

'Ato pacífico'

Em outro momento, na audiência de custódia após ser preso, o ex-comandante da PM afirmou que "tudo apontava no domingo para um ato pacífico", quando apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro levaram a cabo o que chamaram de "tomada de poder". Segundo o militar, as operações da corporação no dia dos atos golpistas foram realizadas de acordo com informações da área de inteligência, "inclusive de outros órgãos".

A alegação do ex-comandante da PM do DF conflita com o alerta emitido pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Em ofício enviado a Ibaneis Rocha na véspera das investidas extremistas, ele apontou riscos de violência nos atos previstos para o dia seguinte. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o ministro Dino enviou ofício às autoridades de segurança pública do DF.

No documento, o ministro afirma que a PF havia identificado "intensa movimentação" de caravanas rumo a Brasília e, ainda de acordo com o texto, os manifestantes tinham a intenção de "promover ações hostis e danos contra os prédios" da capital federal.

Vieira foi preso na terça-feira passada, por ordem de Moraes, com base em "fortes indícios" de "omissão". A audiência de custódia foi realizada na quarta. No mesmo despacho em que determinou a prisão de Vieira, o ministro do STF decretou também a prisão preventiva - sem prazo determinado -, efetuada no sábado, do então secretário da Segurança Pública, Anderson Torres, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro até o dia 31 de dezembro.

Negativas

Vieira e Torres negam que tenham se omitido no enfrentamento da ação dos vândalos, que furaram, sem dificuldades barreiras policiais e não encontram pelotões suficientes para contê-los. Diante desse cenário, Ibaneis foi afastado do cargo de governador por 90 dias. A decisão de Moraes foi chancelada pelos integrantes do Supremo.

Na audiência de custódia, acompanhado de advogados, Vieira negou "conivência" com a ofensiva dos apoiadores de Bolsonaro. "Não houve da nossa parte facilitação para que os atos ocorressem", disse o ex-comandante da PM-DF.

Já Ibaneis negou ao depor à PF ter tido "qualquer tipo de conivência" com os atos radicais em Brasília e afirmou que foi a favor da remoção dos acampamentos bolsonaristas em frente ao QG, mas que o comando do Exército foi contrário à medida.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.